Do Estatuto do Aluno ao modelo de avaliação de professores
Manuela Ferreira Leite promete mudar tudo na Educação caso vença eleições
A presidente do PSD prometeu hoje mudar os estatutos do aluno e da carreira docente, o sistema de avaliação dos professores e aliviar a carga burocrática a que estão sujeitos, caso vença as eleições legislativas.
Esses quatro compromissos farão parte do programa eleitoral social-democrata, anunciou Manuela Ferreira Leite, em declarações aos jornalistas, em Lisboa, a meio de uma reunião sobre educação enquadrada no Fórum Portugal de Verdade do PSD.
“No nosso programa não poderemos deixar de contemplar a alteração destes quatro aspectos que estão a paralisar o sistema, estão a torná-lo inviável, desmotivador da acção dos professores”, declarou.
Questionada sobre a acusação do PS de que o seu lema “política de verdade” levou “um forte abalo” com as suas declarações sobre a venda da rede fixa pelo Estado à Portugal Telecom (PT), a presidente do PSD respondeu que “noutro momento” comentará essa questão.
Na reunião de hoje, destinada a recolher contributos para o programa eleitoral do PSD na área da Educação, juntaram-se “desde pessoas ligadas a sindicatos, a associações de pais, professores do ensino superior e do ensino secundário” e a crítica ao estado da escola pública “é generalizada”, bem como a ideia de que não se pode reformar o sistema “contra os professores”, segundo relatou Manuela Ferreira Leite.
“Não se pode manter um sistema em relação ao qual, na generalidade, todos estão contra e que é um tipo de sistema em que todos devem estar envolvidos”, defendeu a presidente do PSD.
“Uma coisa é certa, vamos pôr em cima da mesa a modificação destes quatro aspectos: Estatuto do Aluno, avaliação dos professores, Estatuto da Carreira Docente e os aspectos de desburocratização”, reiterou, dizendo que “as propostas, em concreto, hão-de ser feitas com os agentes educativos”.
De acordo com a presidente do PSD, “os professores devem ser avaliados” e “nunca ninguém negou a necessidade de avaliação dos professores, nem sequer os próprios professores”.
“Agora, também já se viu que este sistema não serve para avaliar, só serviu para paralisar. Portanto, insistir nisso seria o chamado suicídio, que evidentemente julgo que ninguém defende”, acrescentou.
Quanto ao Estatuto do Aluno, “o problema é que com aquele estatuto o que acontece é que um aluno pode passar, transitar de ano, sem nunca ter sequer ido alguma vez à escola”, apontou.
Na opinião da presidente do PSD, “estes quatro anos foram quatro anos absolutamente perdidos em termos de reforma da Educação” e é preciso “lançar mão àquilo que é preciso fazer e não permitir que o sistema educativo se continue a deteriorar”.
Fonte: PÚBLICO [02.07.2009]
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