sexta-feira, 17 de julho de 2009

Teses da APEDE sobre a avaliação do desempenho dos docentes

7 teses sobre a avaliação do desempenho

As sete teses sobre a avaliação de desempenho que o blogue da APEDE publicou ontem são um texto teórico (distribuído por 7 posts) de elevado valor reflexivo. É um texto notável que deve ser apropriado pelos professores como instrumento teórico de justificação da resistência activa à avaliação de desempenho de tipo empresarial. Subscrevo por inteiro as 7 teses e convido os colegas a lê-las e a reflectir sobre elas.

Tese um: A avaliação do desempenho docente tem de ser expurgada, como tantos outros aspectos do sistema educativo em Portugal, da substância e dos efeitos da ideologia pedagógica posta a circular pelos “especialistas” que têm dominado o Ministério da Educação.

Tese dois: Uma avaliação do trabalho dos professores digna desse nome não pode fragmentar a actividade docente em actos parcelares e atomizados, nem pode esperar que o avaliador consiga encontrar “provas empíricas” isoladas para dimensões tão complexas como a «concessão de iguais oportunidades de participação, promoção da integração dos alunos e da adopção de regras de convivência, colaboração e respeito». No trabalho de um docente, o todo é sempre maior do que a soma das partes.

Tese três: A avaliação do desempenho docente não pode estar sujeita ao modelo da “performance” empresarial.

Tese quatro: A avaliação do desempenho dos professores dos ensinos básico e secundário não deve ser concebida tomando como referência a avaliação dos professores do ensino superior.

Tese cinco: A avaliação do desempenho docente não deve basear-se, prioritária ou exclusivamente, na avaliação entre pares.

Tese seis: A avaliação do desempenho deve abandonar toda a pretensão de encontrar critérios universais para definir, de uma vez por todas, o que um professor deve ser, pois é certamente muito mais viável reunir consenso sobre o que um professor não deve ser.

Tese sete: A avaliação do desempenho pode e deve partir do princípio de que os melhores avaliadores dos professores não são, necessariamente, os seus colegas de ofício, mas sim os seus próprios alunos.

APEDE (Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino)

via Ramiro Marques (Blogue ProfAvaliação)

Um comentário:

Anônimo disse...

Demasiado lírico para ser apresentado como sete teses.
De facto, como professor não sei o que passam a propor.
Temos de terminar com a teoria do "não".
Temos de passar a afirmar o que queremos.
Essa foi a principal lacuna da nossa luta e até a principal referência negativa expressa nas conclusões dos estudos feitos sobre a matéria.