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ou consumidor de leite. Para não sair do meu local de trabalho, ao lanche, com um pacotinho de leite e dois bolinhos regionais, resolvo, em cinco minutos, o meu problema de reabastecimento alimentar. Mas não é para falar dos meus hábitos alimentares que escrevo. É, sim, para falar da minha dificuldade, por vezes, em encontrar os pacotinhos de leite... Sim, dificuldade! Experimentem percorrer as prateleiras das grandes, ou pequenas superfícies à procura de pacotinhos de leite... Vão ter uma surpresa! Vão encontrar montes de pacotinhos de leite (?) achocolatado! Com sabor a morango! Com sabor a baunilha! Com sabor a pêssego! Com sabor a alperce... etc. etc. Mas, leite... leite?! Vão ver que vai ser mais difícil. E não vão encontrar muito...
Ora, sendo assim, como vamos habituar as nossas criancinhas a apreciar o sabor do leite? E, mesmo os jovens?! Eles nem conhecem o sabor do leite... leite.
Não seria possível fazer recomendações, ou mesmo imposições, no sentido de, por exemplo, nas escolas e outras instituições sob tutela do Estado, onde predominam as crianças, “proibir” todas estas “adulterações” do sabor do leite para que, pelo menos as crianças, se habituem e passem a consumir leite, leite?
E já agora, e a talhe de foice, nessas máquinas de venda automática de bebidas, que se encontram em qualquer canto, deveria, do mesmo modo, ser obrigatório terem: água e leite natural.
Penso que o Estado, que se mete em tudo, deveria interessar-se por estes pequenos pormenores que são, ao fim e ao cabo, problemas de saúde pública.
Passos Gonçalves, médico ─ Barcelos
[Cartas ao Director ─ PÚBLICO 17.07.2009]
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