O semanário O Diabo faz na sua última edição (28.07.2009) um balanço do Governo de José Sócrates, registando aqueles que considera «Os 10 pecados de Sócrates». Aqui ficam dois deles.
9 Deseducação
Prometeu Sócrates aliar-se aos professores, durante a campanha eleitoral de 2005. Acabou com os docentes contra o PS. A avaliação dos próprios docentes foi a medida mais contestada. Baseada no modelo chileno, permitia que, por exemplo, um professor de Educação Física avaliasse um de Psicologia ou Matemática. Houve 150 mil pessoas na rua a pedir a cabeça da ministra da Educação. Os resultados dos exames pioraram em 2009, com a disciplina de Matemática, o grande cavalo de batalha do PS, a cair outra vez nos resultados. A ministra Maria de Lurdes Rodrigues já tem guia de marcha, medida anunciada pelo próprio líder de Governo, caso seja reeleito. Na educação, uma única medida é aceite pelos professores: a colocação por três anos. De outra, os professores escarnecem: o computador portátil Magalhães, um aparelho montado em Portugal com peças de todo o mundo, e que dificultou a vida aos docentes. Medina Carreira, advogado e crítico da política de ensino, disse em Março: “A única coisa boa do Magalhães é que se vai estragar depressa, e depois os miúdos voltam a aprender a escrever e fazer contas com papel e caneta.”
10 Vida pessoal
A José Sócrates terá falhado a memória quando, no início do “escândalo Freeport”, afirmou desconhecer alguns dos ora suspeitos ou arguidos. O caso, aliás, tem perseguido o primeiro-ministro que, sobre o assunto, se remeteu ao mais absoluto silêncio, depois de conferências de Imprensa em catadupa. Outro dos “casos” de Sócrates foi o da licenciatura. Sócrates, afinal, não é engenheiro, mas sim licenciado em Engenharia ─ o que faz diferença. A forma como conseguiu aproveitamento a uma das cadeiras (um exame de inglês técnico, por fax, entregue a um domingo, a um professor que seria seu amigo pessoal, numa universidade que já não existe e cujos administradores ou líderes são suspeitos de irregularidades) não contribuiu para que o actual primeiro-ministro passasse incólume. Depois, o País conheceu alguns projectos urbanísticos que José Sócrates assinou enquanto funcionário da Câmara da Covilhã mas que, alegadamente, não seriam seus. Por fim, Portugal assiste com perplexidade ao vórtice de processos que Sócrates decidiu instaurar a jornalistas, hábito antigo de 2004, e que se acentuou em 2009. Todos os casos foram corroendo a imagem do secretário-geral do PS.
O Diabo Ano XXXII | N.º 1700 | 28 de Julho de 2009
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