No último quarto de século o panorama das escolas alterou-se profundamente. “A escola (e pensa-se no liceu do antigamente) já não é o que era”. Como havia de ser de outro modo? Os problemas da educação não têm a sua principal origem num fracasso da escola, mas sim nas transformações sociais que colocaram sobre pressão todas as instituições em todas as áreas: sociedade multiétnica, desemprego, divergência entre a vida sonhada e a vida vivida, diferenciação entre as profissões, o domínio das tecnologias de informação. Como é que todas estas transformações poderiam passar ao lado da escola?
As mudanças nos últimos anos põem a nu uma assinalável contradição: apontam todas para um maior grau de autonomia do aluno, para o desenvolvimento individual de interesses e tarefas. Para isto, porém, é necessário tempo e não adestramento e pressão para se ser “eficaz” nos exames.
Mas é duvidoso que este género de observações chegue aos nossos “estratos cultos”, ex-alunos dos tempos áureos (?!) do Pedro Nunes ou do Maria Amália, que cascam na escola pública. Duvida-se que esta geração mainstream de progenitores mantenha uma relação frutífera com o mundo de Gutenberg. Sempre se trata da geração que aceitou, no último decénio, sem um gesto de revolta, a redução de
Fonte: Rua do Patrocínio
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