A escola é uma organização que supostamente ensina e onde muitos alunos realizam aprendizagens fundamentais; no entanto, “a ironia da realidade escolar está no facto de instituições dedicadas à aprendizagem não terem, elas próprias, o hábito de aprender”. E não têm o hábito de aprender porque os indivíduos que as integram não querem ou simplesmente não vêem nisso qualquer vantagem; ou têm outros interesses prioritários; ou não sentem o apelo da consciência profissional; ou não dispõem de lideranças mobilizadoras e pró-activas; ou se acomodam à continuada certificação da menoridade intelectual; ou não sentem a pressão externa para; ou… E as organizações só aprendem através de indivíduos que aprendem. Assim, para que uma escola aprenda (com os seus erros, êxitos, limites, insuficiências…) é preciso induzir a maioria dos seus membros a querer aprender. E a gerar cinco grandes processos de acção:
i) resolução sistemática dos problemas. Diagnosticar os problemas concretos e passíveis de localmente serem resolvidos ou minorados e ter capacidade para os resolver através da reflexão crítica e novos modos de acção (mudando, muitas vezes de perspectiva e de modelo);
ii) experimentação com novos pontos de vista. Se enfrentarmos os novos problemas com as velhas receitas (mais ordem, mais autoridade, mais ensino,
mais do mesmo…) então não aprenderemos nada…
iii) aprender com a experiência passada. Porque só analisando as causas dos êxitos e inêxitos poderemos progredir.
E aqui seria inteiramente dispensável o simulacro dos relatórios que nada dizem, nada adiantam, nada melhoram. Apenas cumprem o ritual burocrático. E a (quase) todos sossega. Sobretudo aos detentores do poder hierárquico e a todos os seus mandatários. O absurdo é antigo mas persistente. Comandar a partir do centro é continuar a caminhar para o desastre. Pena não haver quem queira ver.
(Aprender... Aprende-se, apreende-se perguntando.
Que foi que fiz de bom? Que fez do bom ser bom? Do mau ruim?
Que sabor posso, devo repetir?
Que sabor sabe melhor hoje. E amanhã?
Que memória posso guardar para fugir dela?
Que perguntas posso, devo fazer?)
Fonte: Terrear
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