sexta-feira, 9 de julho de 2010

CONFAP torce o nariz a mega-agrupamentos

Educação

Pais ponderam providências cautelares para impedir mega-agrupamentos

09.07.2010 - 09:41 Por PÚBLICO

A Confederação das Associações de Pais (Confap) admite recorrer a providências cautelares para impedir a criação dos mega-agrupamentos de escolas já no início do próximo ano lectivo.

A reorganização do sistema educativo, que prevê a criação destes mega-agrupamentos, foi já aprovada pelo Ministério da Educação e vai juntar cerca de uma centena de escolas dos ensinos básicos e secundário — o que corresponde a oito por cento do total. O presidente da Confap, Albino Almeida, em declarações à TSF, criticou que quem dirige as escolas não tenha sido consultado neste processo, onde garantiu que existiram muitas “pressões”.

“A primeira posição da Confap sobre esta matéria é da rejeitar as pressões telefónicas que estão a ser feitas, nomeadamente na Direcção Regional de Lisboa, junto dos estabelecimentos de ensino para impor esta agregação e já com influência nas turmas e no início do ano lectivo”, disse à mesma rádio.

Albino Almeida ameaçou, ainda, avançar com providências cautelares caso não seja feito aquilo que foi acordado com o Governo, ou seja, que os órgãos das escolas, as autarquias e os pais sejam ouvidos. Citada pela mesma fonte, a Direcção Regional de Educação de Lisboa limitou-se a lembrar que os mega-agrupamentos foram já aprovados pelo Governo e que as respectivas comissões administrativas entram em funções já no dia 1 de Agosto.

O Conselho das Escolas, que se reúne com a ministra da Educação na próxima segunda-feira, também já disse discordar dos mega-agrupamentos, à semelhança da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas.

A Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep) também já criticou a forma “apressada” e “mal conduzida” como decorreu o processo de fusão de estabelecimentos de ensino, lamentando que não tenham sido ouvidos os vários parceiros educativos. Esta posição será transmitida hoje ao Governo, durante uma reunião com o secretário de Estado da Educação, João da Mata, disse à Lusa o presidente da associação, Adalmiro Botelho da Fonseca.

Para a associação, este processo foi realizado com uma “velocidade impensável”. “Não se podem fundir escolas de um mês para o outro. Além disso, tem de haver alguma afinidade entre as escolas a fundir. Cada uma tem a sua identidade e isso demora tempo a assimilar”, sublinhou. Botelho da Fonseca criticou ainda o facto de alguns directores terem sido avisados “por telefone” sobre a fusão da sua escola com outra, garantindo mesmo que alguns responsáveis máximos dos estabelecimentos de ensino “estão magoados pela forma como foram tratados”.

Relativamente às escolas com poucos alunos, a Andaep sublinha apenas que concorda com o principio de que nenhum aluno pode ir para uma escola com piores condições do que a anterior. Este princípio ficou garantido num protocolo assinado entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses.

2 comentários:

Joaquim Ferreira disse...

Custa-me a acreditar como é que andaram nas nuvens durante tantos anos e não tenham lido nunca, nesta blogosfera, este texto que foi publicado em 2003. Autonomia Conquistada Vs Autonomia Enquistada. Abram e leiam para perceber como uns contam histórias… e outros escrevem a História antes da História. Não me contem histórias. Vejam claramente visto: como foram enganados como o lavrador enganou o burro com a cenoura e fiquem parados. Continuem tranquilos que ainda mais vem aí. A Autonomia vai passar a ser a nomeação dos caciques. Daqui a pouco teremos instalado o sistema soviético com Pit-buls por todo o lado. Aqueles que “cacarejarem”; colocam a própria cabeça a prémio. Depois de darem o lugar de gestor dos Hospitais aos políticos nomeados, chegou a vez de criarem os lugares com salários milionários na gestão dos MEGA AGRUPAMENTOS para os tornarem apetecíveis para os boys do partido. Duvidam? Esperem para ver (dizia isto em 2002).. Nós já tínhamos avisado.

Joaquim Ferreira disse...

Em 2002 escrevemos um artigo que só em 2003 viria a ser publicado. Assim, desde 2003 que existe um artigo denunciando as intencionalidades governativas. Assim, já tínhamos previsto que tal iria suceder. Os socialistas usam estas estratégias de legitimação da acção governativa, destruindo os sistemas vigentes usando estratégias semelhantes às do camponês que coloca “cenouras diante de burros” para que eles se entusiasmem e andem mais depressa. Tudo estava previsto desde 2003; O que esteve em causa foi a imposição de uma filosofia socialista que George Orwell, na sua obra “Animal Farm” (“O triunfo dos porcos”) apresenta a evolução da postura dos “Porcos” (políticos) para levar a bom porto a revolução na extinta URSS e a instalação de um “Regime Socialista”. Numa primeira fase promove-se a competência e conquista-se o entusiasmo dos professores vendendo-lhes o direito à autonomia pedagógica e administrativa, vendendo um autonomia que deveria ser desejada para melhor gerir a “quinta educativa” (escola) e depois massacram-se os professores. Desafio-vos a visitar Autonomia Conquistada Vs Autonomia Enquistada.