terça-feira, 20 de julho de 2010

Vendas de livros electrónicos aumenta

Vendas do Kindle triplicaram

Amazon vendeu mais livros electrónicos do que livros de capa dura

20.07.2010 - 20:33 Por João Pedro Pereira

A Amazon, que lidera o mercado da venda de livros online, anunciou hoje que, ao longo dos últimos três meses, por cada 100 livros de capa dura vendidos conseguiu vender 143 livros electrónicos.

Os dados da empresa mostram ainda que o ritmo de venda de ebooks está a acelerar: se for tido em consideração apenas o último mês, a Amazon vendeu 180 ebooks por cada 100 livros de capa dura (os hardcover, que no mercado anglófono são publicados antes das versões em capa mole — paperback —, mais tardias, mas também mais baratas).

O crescimento na venda de livros electrónicos — que podem ser comprados por quem possui um leitor Kindle, mas também através de qualquer computador, de muitos smartphones e ainda do iPad, da Apple — acontece quando também as vendas dos livros físicos continuam a aumentar, sublinha a empresa.

Em comunicado, o fundador e presidente da Amazon, Jeff Bezos, considerou tratar-se de “um ponto de viragem” e qualificou como “assombroso” o sucesso conseguido pelos ebooks, um mercado onde a Amazon entrou há cerca de três anos.

O consultor editorial Paulo Ferreira (um dos responsáveis da empresa Booktailors e do blogue especializado Blogtailors) considera que “mesmo tratando-se apenas de hardcovers, é sinal que o mercado dos livros digitais veio para ficar”. Porém, olha para o comunicado da Amazon com cautela, notando que a empresa não disponibiliza muita informação e que os dados visam “impulsionar as vendas” dos próprios produtos. “Seria sempre interessante ver de que tipo de livros, dentro do hardcover, estamos a falar, e sobre esses valores não vi qualquer informação”.

O consultor explica que os livros técnicos têm ajudado a impulsionar o formado electrónico: “Apesar de, genericamente, quando falamos de edição, falarmos sempre de ficção, o mercado de edição é muito mais do que isso. Em alguns segmentos, o digital é muito mais benéfico que o livro impresso. Os livros científicos, médicos e técnicos já quase não se vendem noutro formato que não o electrónico.

Se a “hegemonia” que o formato electrónico conseguiu nos livros técnicos se estender para a ficção, “então assistimos de facto a uma mudança de paradigma”, observa Ferreira. “Contudo, nada de alarmismos. O livro físico não vai morrer e os dois formatos vão coexistir.

Como é típico nos anúncios da Amazon, a empresa foi sucinta e não esclarece exactamente quantos livros (nem que tipo de livros) são vendidos. E, embora tenha deixado de fora das estatísticas divulgadas os livros gratuitos, estão incluídos volumes vendidos abaixo dos 9,99 dólares, que é o preço habitual dos ebooks na Amazon. É, por exemplo, o que acontece com as edições de autor (qualquer pessoa pode vender um livro electrónico através da Amazon), que chegam a ser vendidas a menos de um euro.

A Amazon anunciou ainda que as vendas do leitor Kindle triplicaram desde que o preço baixou, em finais do mês passado.

PÚBLICO

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