Foz Côa: Presidente da Câmara “surpreendido” com anúncio de fundação para gerir museu
29.07.2010 — 20:49 Por Lusa
O presidente da Câmara de Foz Côa mostrou-se hoje “surpreendido” com a aprovação do decreto que criou a fundação que vai gerir e coordenar o Museu do Côa, por esperar que fosse criada uma sociedade anónima.
Gustavo Duarte disse hoje à Lusa que tudo indicava que o modelo de gestão previsto para o novo museu passaria por uma sociedade anónima, na qual estariam representados os ministérios da Cultura, da Economia e do Ambiente, a Câmara Municipal de Foz Côa e a Associação de Municípios do Vale do Côa.
O Conselho de Ministros aprovou hoje, na véspera da inauguração do Museu do Côa, o decreto-lei que cria a Côa Parque — Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa e aprovou os respectivos estatutos.
“Em termos fiscais e de operacionalidade, até pode ser melhor”, admitiu o autarca de Foz Côa, que aguarda explicações do Ministério da Cultura sobre a decisão hoje tomada.
Gustavo Duarte considera que a fundação “até terá algumas vantagens”, admitindo que, caso o funcionamento se processe como estava previsto em relação à sociedade, estará “de acordo” e “satisfeito”.
No entanto, disse aguardar “para ver a deliberação em pormenor”, porque a resolução hoje aprovada “é muito vaga”.
O autarca também observou que o ideal era que a fundação “não fosse só hoje [anunciada]”, mas já o tivesse sido “há um mês ou dois” e “até estivesse já em funcionamento”.
“Como isso não foi possível, pelo menos o museu é inaugurado, abre as portas e depois vamos ter que pôr isto em marcha”, concluiu, mostrando-se esperançado em que o novo equipamento funcione “em articulação com o poder local”.
Segundo a resolução do Conselho de Ministros, a Côa Parque surge com o objetivo de “promover a salvaguarda, conservação, investigação, divulgação e musealização da arte rupestre e demais património arqueológico, paisagístico e cultural”.
Gerir e coordenar o Museu do Côa e o Parque Arqueológico do Vale do Côa e explorar os recursos complementares, inventariar, proteger e conservar o património arqueológico na área abrangida pela sua gestão e gerir o património que lhe seja afeto, são outros dos desígnios da nova estrutura.
“Esta fundação constituirá uma estrutura de gestão em parceria da administração central com a administração local, aberta à participação de outros agentes locais e demais parceiros interessados”, lê-se na decisão do Governo.
O Museu do Côa será inaugurado na sexta-feira, pelas 12h00, numa cerimónia que contará com a presença do primeiro-ministro, José Sócrates, e da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.
O equipamento, que custou cerca de 18 milhões de euros, desenvolve-se ao longo de quatro pisos, que englobam auditório, serviço educativo, área administrativa, loja e salas expositivas.
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