Manuel Gusmão
Ensaísta elogia conto inédito de Gedeão publicado
08.07.2009 - 09h56 Lusa
“Bárbara ruiva”, um conto que Rómulo de Carvalho, literariamente António Gedeão, deixou inédito e foi agora publicado é, na opinião do ensaísta Manuel Gusmão, “um texto bem curioso”, escrito com “agilidade e desenvoltura narrativas”.
Para Gusmão, autor do prefácio ao conto, lançado pela Página a página, chancela da empresa Divulgação do Livro, esta “narrativa de uma súbita paixão que acontece a alguém que a conta” não é “uma produção imatura nem inferior a alguns dos que integram o volume de ficções ‘A poltrona e outras novelas’, publicado em
Além da “agilidade e desenvoltura narrativas”, o prefaciador realça a “capacidade de combinar diversos registos discursivos e de modelar ironicamente um discurso de enamoramento”.
Rómulo de Carvalho tinha 36 anos à data (1942) da redacção do conto e com este nome o assinou, motivo pelo qual a sua família entendeu dever mantê-lo nesta edição, em vez de António Gedeão, pseudónimo literário que apenas nos anos 50 o escritor adoptaria.
Por decifrar permanecerão as razões pelas quais o poeta de “Movimento Perpétuo” decidiu não incluir o conto na colectânea “A poltrona e outras novelas”.
Gusmão admite no prefácio que Gedeão não tivesse dado o conto como acabado e pretendesse voltar a ele noutra ocasião.
Em declarações à Lusa, Paulo Piteira, responsável da Divulgação Livro, a empresa que com esta obra inaugura uma chancela e se lança na edição livreira, salientou que, apesar de eventualmente inacabado, o conto não perde em nada qualidade literária e constitui, desse ponto de vista, uma “boa surpresa”.
Sobre os projectos editoriais da empresa, referiu que, nesta fase de arranque, está aberta a “todas as boas propostas” que lhe sejam apresentadas, mas dará “claramente preferência aos autores portugueses e à ficção”.
“Não enjeitamos ─ ressalvou ─ a possibilidade de publicar ensaio. Tudo dependerá das propostas que nos surjam”.
A Divulgação do Livro dedica-se fundamentalmente à promoção do livro através da comercialização em espaços públicos, feiras, escolas.
Fonte: PÚBLICO
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