terça-feira, 4 de agosto de 2009

Para que o poder não nos ofusque

O PODER QUE OFUSCA

Um jovem muito rico foi ter com um sábio, para lhe pedir um conselho a fim de orientar a sua vida. O velho experiente levou o rapaz até uma janela e perguntou-lhe:

O que vê através dos vidros?

Vejo pessoas que vão e vêm e um cego pedindo esmola na rua.

Então, o sábio mostrou-lhe um grande espelho e questionou:

Olhe agora para o espelho e diga-me o que vê.

Vejo-me a mim mesmo disse o rapaz.

E o sábio explicou:

Repare que a janela e o espelho são ambos feitos da mesma matéria-prima, que é o vidro. No entanto, no espelho há uma fina camada de prata colada sob o vidro e isso faz com que, ao olhar para ele, veja apenas a sua pessoa.

Em certas ocasiões, algo semelhante acontece nas empresas. Quando na condição de simples funcionário, o indivíduo porta-se como o vidro simples: vê os problemas dos outros e até sente compaixão por eles. Mas quando está coberto pela prata, rico de poder por exercer um cargo de chefia, esse mesmo indivíduo só se enxerga a si mesmo. Esta é uma armadilha em que é fácil cair. Para evitar isso, procure sempre lembrar-se destes dois tipos de vidro. Cuidado para que o revestimento de prata, ou seja, o poder do cargo, não o impeça de conhecer melhor os seus funcionários e de ver com transparência a realidade da sua empresa ou do seu sector.

Alexandre Rangel, O que Podemos Aprender

com os Gansos 2.º volume (2.ª edição),

Casa das Letras, Cruz Quebrada, 2007, p. 78

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