José Sócrates diz que quem critica o estudo que dá conta da redução dos chumbos em Portugal está a insultar professores e alunos. Vamos esquecer os alunos, meros peões nesta história.
O Governo associa a queda dos chumbos ao esforço das escolas e seus profissionais. E para mostrar que não há eleitoralismo, o estudo abrange os últimos... 12 anos. Diz até que as conclusões vão no mesmo sentido do de outros países da UE.
É verdade que a tendência aponta para o que se passa lá fora. Mas será isso suficiente? As comparações entre sistemas de ensino europeus e de outros países (nomeadamente Coreia do Sul, Japão e Índia) não deixam ninguém tranquilo. Ou seja, a pergunta que fica é: apesar de menos chumbos, os alunos saem com mais qualificações para enfrentarem o mercado de trabalho? Não sei se Sócrates e a ministra são capazes de pôr o pescoço no cepo por esta verdade. Eu não sou!
Vamos aos insultos. Sócrates já devia ter percebido que quando se compram guerras com certas corporações só há um de dois resultados: ou se ganha ou se perde. Não se empata. Ora, depois de tanto "sangue mau" entre as partes, em que o ministério tinha razão no conteúdo (objecto das reformas) mas não na forma (métodos), é duvidoso que os professores caiam neste namoro, desavergonhado, de última hora. É como se o noivo que largou a noiva para cortejar a vizinha decidisse regressar, meses depois, arrependido. Ninguém acredita, pois não?
Fonte: Jornal de Negócios
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