Só a horas de expediente
A história conta-se em poucas linhas: uma adolescente violada foi obrigada a esperar 12 horas no Hospital de Santa Maria sem poder limpar-se, lavar os dentes, beber água ou mesmo ir à casa de banho, de modo a preservar os vestígios da violação até se arranjar um perito do INML disponível.
A razão, pois até o absurdo tem razões, é que o INML fecha às 18 horas e não tem quem recolha amostras depois dessa hora porque… o pessoal meteu férias ou está de baixa.
A notícia saltou para os jornais e, com ela, vieram os "especialistas". Para uns a coisa resolver-se-ia com mais um decreto, regulamento ou despacho a transferir o INML do Ministério da Justiça para o da Saúde; para outros, isso seria um disparate e a solução é antes uma portaria a admitir mais técnicos.
A ninguém ocorreu o óbvio, a organização pelo INML de escalas de pessoal que funcionem, mesmo tendo que abdicar de algumas poupanças em horas extraordinárias. Ou então, e à portuguesa, um "protocolo", desta vez entre o Ministério da Justiça e os violadores para as que as violações, em período estival, só sejam feitas entre as 8 e as 18 horas.
Fonte: Jornal de Notícias [21.08.2009]
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