terça-feira, 3 de agosto de 2010

OPINIÃO > Camilo Lourenço: «A Educação e os erros de Isabel Alçada»

A Educação e os erros de Isabel Alçada

02 Agosto2010 | 11:53

Camilo Lourenço — camilolourenco@gmail.com

A Educação voltou à ribalta, desta vez por causa do fim das reprovações.

Curiosamente, numa altura em que se ficou a saber que os resultados da disciplina de Matemática voltaram a piorar. As análises feitas nos últimos dias revelaram (apenas) uma coisa em comum: a diversidade de diagnósticos… e de soluções para o problema. Se o leitor tiver estado atento a essas opiniões, a esta altura estará a fazer duas perguntas: como é possível reformar a Educação com ideias tão diferentes (em alguns casos diametralmente opostas)? Como é possível reformar a Educação sem rupturas?

As duas perguntas têm resposta óbvia: não é possível. Isto é, não vale a pena os Governos procurarem consensos com todas as forças políticas porque as propostas em jogo são inconciliáveis. O que leva a concluir que não se pode reformar a Educação sem rupturas.

Dir-se-á que foi isso que fez Maria de Lurdes de Rodrigues, com o apoio de José Sócrates, de 2005 a 2008. Não foi. Porque o PS falhou num ponto: não partilhou o seu projecto com o outro partido de Poder, o PSD. Enquanto não houver um acordo sobre cinco ou seis princípios (basta esses!) que devem nortear a Educação em Portugal, nada vai mudar. Continuaremos a assistir a propostas avulsas (como o salto do 8.º para o 10.º ano e, agora, a questão das reprovações), que não resolvem nada. Mais: as propostas avulsas, pelo "ruído" que provocam, são o melhor aliado dos "lobbies" instalados, mais preocupados com os seus interesses do que com a qualidade da Educação. Isabel Alçada ainda não percebeu isso?

Jornal de Negócios

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