quinta-feira, 26 de agosto de 2010

«Big Brother» entra em força nas escolas

Sistema

Videovigilância instalada em 700 escolas já em Setembro

por RITA CARVALHO

Até Dezembro, mil escolas estarão equipadas com rede de câmaras destinada a reforçar a segurança, dentro e fora do espaço

Cerca de 700 escolas dos 2.º e 3.º ciclo e secundário vão arrancar este ano lectivo com o sistema de videovigilância, número alargado para mil, até Dezembro. Outros 200 estabelecimentos de ensino aguardam a conclusão das obras de requalificação levadas a cabo pela Parque Escolar, para poderem instalar a rede de câmaras.

Os números foram avançados ao DN por fonte oficial da ONI, a empresa que ganhou o concurso público lançado há dois anos pelo Ministério da Educação e que prevê equipar 1200 escolas com esta rede de vigilância. Depois da polémica instalada entre a ONI e a Compta (ver caixa), e dos atrasos motivados pela impugnação do mesmo, e pela intervenção do Tribunal de Contas, a rede vai mesmo avançar na maioria das escolas já em Setembro. O projecto terá um custo de 24 milhões de euros, diluído ao longo de três anos.

No arranque do ano lectivo, haverá 700 escolas com o sistema completamente instalado e pronto a funcionar. Aliás, "um número significativo destas escolas já funcionou no ano lectivo anterior", explicou a ONI. E a inovação, garante a empresa, teve "uma recepção muito positiva por parte das escolas e das direcções regionais". Nos restantes 300 estabelecimentos, a rede está ainda a ser instalada e preparada, mas ficará operacional até ao Natal.

Para mais tarde ficam as 200 escolas secundárias onde a Parque Escolar está a intervir. Nessas, "foi necessário redefinir e recalendarizar o planeamento do projecto".

A instalação deste serviço gerou polémica. Por um lado, porque as câmaras levantavam dúvidas sobre a garantia de privacidade de alunos, professores e funcionários. Por outro, porque a Compta, discordando da adjudicação à ONI, acusou o ministério de falta de transparência e de optar por uma solução dez milhões de euros mais cara. A empresa apresentou mesmo uma providência cautelar para travar o processo. O caso viria a ser desbloqueado pelo Tribunal de Contas, que aprovou o contrato com a ONI.

Para garantir a privacidade, a Comissão Nacional de Protecção de Dados estabeleceu regras para a instalação das câmaras nas escolas. Não podem estar direccionadas para zonas de recreio e salas de aula, mas apenas em locais de acesso à escola e nas suas imediações, explicou ao DN Isabel Cruz, da comissão. Foi ainda criado um mecanismo electrónico para agilizar a autorização dada pela comissão a cada escola.

Diário de Notícias

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