terça-feira, 31 de agosto de 2010

Aumenta o desemprego de docentes

Listas

Quase 40 mil professores não foram colocados

por PEDRO SOUSA TAVARES

Chegou ontem ao fim o conturbado concurso para contratações a prazo. Dos mais de 50 mil candidatos, 19 mil foram colocados.

Quase 40 mil candidatos (39 245) — entre os mais de 50 mil que procuraram colocação nos concursos nacionais de contratação de professores — ficaram sem lugar nas escolas este ano lectivo, restando-lhes esperar pelas vagas intercalares dos estabelecimentos.

As contas são do DN — o Ministério da Educação não quis divulgar totais nem comentar os resultados dos concursos — e têm por base as listagens publicadas ontem no site da Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE).

Cálculos da Federação Nacional da Educação (FNE) apontam para valores aproximados, segundo adiantou ao DN Lucinda Manuela, desta estrutura sindical, que estimou em pouco mais de 19 mil os colocados, dos quais “cerca de 10 500 em virtude da renovação de vínculos anteriores (ver texto ao lado).

As contas não incluem candidatos que desistiram das suas candidaturas ou as viram recusadas devido a erros ou incumprimentos dos requisitos para as funções.

São números que ainda estamos a analisar, mas que apontam para um número muito significativo de docentes que não conseguiram, pelo menos para já, um lugar nas escolas”, disse ao DN a sindicalista. “Parte destes professores estiveram empregados no último ano e vão engrossar as listas de desempregados.

Já a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que também estimou em “mais de 30 mil” os não colocados, considerou que, “apesar do esforço” o Ministério da Educação “não conseguiu baixar os níveis de colocação [de contratados] verificados desde há dois anos”.

Foi entre os professores do 3.º ciclo e secundário — ciclos que representam também a maioria dos docentes — que mais candidatos ficaram sem colocação: 16 738, de acordo com os cálculos do DN. No pré-escolar ficaram de fora 4584, no 1.º ciclo 11 279 e no 2.º ciclo 6345 candidatos.

Por grupos disciplinares, o Português do 3.º ciclo e secundário (300) foi o mais difícil : 4046 candidatos não colocados. Já o Espanhol, em franca expansão, só não deu lugar a 12 concorrentes, com a Informática (25 de fora) a revelar-se também uma boa opção.

Os concursos serviram ainda para deslocar professores dos quadros por condições específicas (como a doença) ou inexistência de serviço lectivo atribuído. Os colocados apresentam-se nas escolas amanhã.

Diário de Notícias

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