José Sócrates acredita que a tecnologia é o melhor substituto da ideologia.
O seu sonho de modernidade é simples: cada português é um terminal de computador com um chip incrustado no cérebro e um telemóvel no ouvido. Sócrates acredita que este é um País que dispensou a existência de matéria: tudo se passa no Second Life. É por isso que o Governo continua a legislar para um País que não existe a não ser nos sonhos de Sócrates e dos seus ministros. O Governo decretou que a Internet é o novo Correio Azul nacional. Por isso acredita que essa é a realidade do País. A alucinação tem destas coisas. Helena André é a Lady Gaga da política electrónica do Governo. Julga que legisla na Internet e canta na MTV. Quando se decreta que os dois milhões de portugueses que beneficiam de RSI, abono de família e subsídio social de desemprego devem usar obrigatoriamente a Internet para provarem os seus rendimentos, é porque o Governo pensa que Portugal é a cidade dos Sims. Na cabeça da ministra há um país real e um de ficção. E o da ficção tecnológica é que move Helena André. O delírio é total: se não souber utilizar a Internet, peça ajuda, diz o Estado. Há uma teoria da conspiração que se adapta ao assunto: o objectivo é que passem os prazos. Se assim for o Estado poupa uns milhões à boa maneira portuguesa com uma óptima desculpa: os interessados não responderam. É um hábito nacional: em vez de se resolver as questões de forma séria, olhos nos olhos, pega-se o problema de cernelha. A tecnologia, para este Governo, é uma boa desculpa para os seus disparates.
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