Directora do Teatro de Marionetas do Porto
15.08.2009 - 20h23 Lusa
Isabel Alves Costa, directora do Festival Internacional de Marionetas do Porto e ex-responsável artística do Rivoli, faleceu hoje em Monção.
Alves Costa, uma das mais reputadas figuras culturais do Porto, foi vítima de morte repentina quando se encontrava de férias naquele concelho do Minho.
Actualmente, assumia as funções de directora do Teatro de Marionetas do Porto, promotor de um festival internacional, e colaborava com o projecto “Comédias do Minho”. A sua reputação como responsável cultural vinha já do período de 13 anos em que dirigiu o teatro municipal Rivoli até 2006, ano de entrega da gestão do espaço, por Rui Rio, a uma empresa privada.
A sua reconhecida experiência na promoção e direcção artística levou-a a ser convidada para responsável da programação de artes performativas na Capital Europeia da Cultura Porto 2001.
Fonte: PÚBLICO
Um comentário:
Querida Isabel!
Quanta consternação e dor ao ler esta notícia!
Os rumos da vida apartaram-nos no tempo e no espaço há muitos anos ... mas a memória de ti nunca se apagou em mim, nem podia, que não és pessoa que se esqueça.
As lágrimas correm-me e deixá-las correr, que o choque é muito grande e inesperado, e a constatação de não poder voltar a ver-te e a ouvir-te dói muito!
De repente, parte da vida corre-me pela frente: os sons das tuas gargalhadas e do teu _ Bom dia X, ainda estão registados no meu ouvido! Essa saudação dita naquele tom de voz, sempre bem colocada e quase sempre bem disposto; os cochichos de riso encostados àquela porta, àquele varandim da entrada, partilhados com outros e outras; as reuniões de trabalho sempre preenchidas com muitos cigarros e cafés, que a Aida ou o Sr. Elísio nos traziam ou nós íamos buscar; reuniões em que se trabalhava muito e nem o cansaço nos assaltava, que o prazer de partilhar ideias, estudos novos, nos apaixonava e a todos os outros, mesmo quando os pontos de vista eram divergentes e geravam alguma discussão, mas discussão saudável, porque de ideias e sempre com respeito por todos; quem não sabia algo não se inibia de perguntar, todos queríamos aprender com todos; todos estávamos dispostos a dar e abertos a receber ... e havia quem soubesse tanto (tu, uma delas) sem nunca humilhar ninguém!
Eras a única que permitia que os alunos te tratassem por tu - tinhas vindo de Paris, onde habitaras, ... durante longos anos, que o teu espírito livre e sedento do novo não coubera neste pedaço de terra à época abafado, bolorento e repressivo. Tratar por tu, nunca significou o mínimo desrespeito (todos adultos,bem sabemos...), se calhar até reforçou a admiração.
Tu vinhas diariamente do Porto e nunca gozaste o dia livre, nem tu nem ninguém, que havia sempre trabalho para fazer, a equipe não parava... Nunca mais voltei a encontrar um espírito assim! Era único, sem dúvida, porque únicas eram as pessoas que dele estavam imbuídas. Pessoas como tu, em que a mediocridade não habitava.
Morta que foi a "nossa" escola, a distância apartou-nos como já disse. Mas fui sabendo de ti, dos teus novos percursos, dos teus livros ...
Agora, desta feita infelizmente, também soube de ti ...
Até sempre Isabel Alves Costa!
Anabela Abrantes
Coloquei este comentário, ontem, num jornal diário, quando estupefacta fui confrontada com a notícia da sua morte!
Dado que o autor do blog é professor, fica aqui este registo duma professora, companheira de trabalho da Isabel, ao longo de seis anos na E.M.P.A.. A Isabel foi uma distinta professora nessa escola o que acho deve ser lembrado.
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