Uma conclusão gira do DN

É preciso manter a disciplina nas escolas

Os processos disciplinares aumentaram mais de 15% entre o último ano lectivo e o anterior. Uma subida que reforça a tendência ascendente registada nas escolas portuguesas desde 2007/2008. No ano passado foram abertos 17 629 processos disciplinares a alunos, ou seja, pouco mais de 1% da população escolar. O número é significativo, mas deve ser analisado para lá da primeira impressão que este aumento sugere: mais processos, mais indisciplina. Porque nada comprova esta relação directa, havendo até mais do que um factor que aponta para o contrário.

De acordo com o relatório da Escola Segura relativo a 2008/2009, 92% das escolas não reportaram qualquer incidente. Este indicador permite, assim, concluir que a indisciplina é um fenómeno localizado e circunscrito num número minoritário de escolas e não um problema global.

Importa, assim, que os responsáveis pelo sector da Educação concentrem esforços nestes focos de instabilidade e que ajudem os professores a garantirem o normal funcionamento das escolas mais problemáticas.

Além disso, cruzando-se o número de processos disciplinares abertos com as penas aplicadas, conclui-se que a maioria dos casos acabou com a suspensão dos alunos infractores. O que significa que o sistema está a levar até às últimas consequências os problemas identificados e a tratá-los com firmeza. E se este caminho for mantido e tiver a contribuição de todos os envolvidos — pais, professores, auxiliares e alunos — de certo que a indisciplina e o sentimento de impunidade nas nossas escolas tenderão a diminuir.

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