segunda-feira, 9 de agosto de 2010

PCP critica política educativa

Encerramento de escolas

PCP diz que política educativa resume-se a “cortar e encerrar”

09.08.2010 - 17:42 Por Lusa

O PCP acusou hoje o Governo de limitar a política educativa a “cortar e encerrar”, sem qualquer estratégia, manifestando “profunda preocupação” relativamente ao arranque do próximo ano lectivo.

A política deste Governo também para a Educação resume-se à ideia de cortar e encerrar e não contém em si qualquer estratégia consistente de desenvolvimento deste sector estratégico para o nosso país”, afirmou Jorge Pires, da Comissão Política do PCP.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, o comunista defendeu ainda que as recentes medidas do Ministério da Educação confirmam “a falta de transparência e seriedade política” do Governo na abordagem que faz dos problemas do sector.

Jorge Pires referia-se ao encerramento de 701 escolas, à constituição de 86 “mega-agrupamentos”, ao aumento do número de alunos por turma, à diminuição do número de professores bibliotecários, à não aceitação da inscrição de crianças que fazem seis anos entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro e a eliminação de créditos de horas das escolas que integram os grandes agrupamentos.

Desenganem-se os que pensam estarmos perante um conjunto de medidas dispersas, elas são o resultado do aprofundamento de um projecto educativo que obedece cegamente à predominância da economia de mercado, numa lógica de mercantilizar e privatizar o máximo possível”, acrescentou.

Jorge Pires acusou depois o Ministério da Educação de erguer “um muro de arrogância e prepotência onde esbarram todos” os que têm opiniões diferentes das suas. “Num quadro que se avizinha de continuação da conflitualidade e da instabilidade, com sérios prejuízos para o percurso escolar das nossas crianças e jovens, o novo ano lectivo parece estar inevitavelmente comprometido”, alertou.

O membro da Comissão Política do PCP garantiu ainda que na abertura da sessão legislativa o partido vai apresentar as propostas que “considera mais adequadas” para o sector, lembrando que, por exemplo, já tinha sido entregue um projecto para reduzir o número de alunos por turma.

PÚBLICO [09.08.2010]

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