terça-feira, 10 de agosto de 2010

OPINIÃO > Miguel Coutinho: «A diferença entre o processo disciplinar e uma cultura de disciplina»

A diferença entre o processo disciplinar e uma cultura de disciplina

Quando uma aluna que ameaça a professora por esta lhe ter tirado o telemóvel durante uma aula se transforma numa estrela na internet ou quando, noutro vídeo amplificado pela rede, um aluno aponta uma arma de plástico à cabeça de outra professora, o que devemos esperar? Que a escola actue e puna os infractores. Segundo o DN, 17 mil alunos foram alvo de processos disciplinares no último ano lectivo, mais 15% do que no ano anterior. Há duas maneiras de olhar para estes números. Como o Ministério da Educação que desvaloriza as ocorrências e diz que as escolas estão mais atentas à indisciplina dos alunos; ou como os sindicatos de professores que os atribuem à perda de autoridade dos docentes e à sua incapacidade para restabelecer a autoridade na sala de aulas. Interpor processos disciplinares, com sanções quase sempre irrelevantes, é fácil. O que são, afinal, três ou quatro dias de suspensão, comparados com a fama que os vídeos na internet e a sua amplificação pelos media proporcionam? Mais exigente é criar uma cultura de disciplina que começa em casa e se replica na escola.

Diário Económico

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