domingo, 4 de julho de 2010

ANP assume-se como motor da criação de um órgão de auto-regulação dos docentes

A Associação Nacional de Professores (ANP) desistiu de se transformar ela própria em Ordem da classe, mas quer ser “indutora do processo, agregando outras associações de carácter científico e pedagógico”.

A posição foi assumida ontem pelo presidente da ANP, João Grancho, no arranque dos trabalhos do 21.º congresso, convocada para votar a alteração de estatutos, os quais passam a definir a luta pela auto-regulação da profissão docente como um dos objectivos prioritários da associação sedeada em Braga.
O pugnar pela auto-regulação passa a ser um dos objectivos estruturantes da associação”, sublinhou João Grancho, em declarações ao “Correio do Mi- nho”.

Depois de há três anos atrás um outro congresso da ANP realizado em Braga ter chumbado a transformação desta associação profissional de professores em Ordem, o seu presidente entende que “aquilo que parecia um pouco estranho: discutir a deontologia, ética e auto-regulação começa a ser tema recorrente de preocupação de várias entidades, até do próprio Ministério da Educação”.

Aquilo que a ANP propôs nos últimos anos, isto é, transformar-se ela própria em órgão de auto-regulação da profissão docente, dá lugar à perspectiva de ser ela motor da criação desse organismo.

João Grancho entende que o Estado “não tem sabido cuidar da profissão”.
A futura Ordem “pretenderá assumir muitas funções como a certificação e a definição de um quadro ético e deontológico como referentes para a avaliação”.

Com a revisão dos estatutos proposta pela direcção de João Grancho, a ANP assume-se expressamente como “uma entidade profissional de docentes de cariz científico e pedagógico”.

Sobre a actual reorganização do parque escolar, com a criação de mega-agrupamentos e o encerramento de estabelecimento com menos de 21 alunos, a direcção da ANP defende que se deve conciliar “o interesse das populações e uma lógica de desenvolvimento que não prejudique o interior” com “a racionalidade educativa”.

Para João Grancho, “o princípio de integrar num único agrupamento os níveis de ensino do pré-escolar ao secundário é válido” desde que atenda à “identidade geográfica” e aos projectos educativos que não podem “ir por água abaixo”.

Fonte: Correio do Minho

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