sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Revolução Digital

MUNDO DIGITAL

Vivemos uma espécie de revolução digital. Para entendê-la, de modo simplificado, é preciso lembrar que, no passado, todas as formas de comunicação telefônica voz, dados, textos ou imagens eram transmitidas por meio de ondas analógicas que, de alguma forma, guardavam muita semelhança com as ondas elétricas dos sinais originais. A grande revolução tecnológica nessa área veio com a introdução dos processos de digitalização dos sinais elétricos. Por outras palavras, nas últimas décadas, todas as formas de comunicação se tornaram digitais isto é combinações de bits (abreviatura de binary digits, quer dizer, dígitos binários, em inglês).

Uma das áreas de maior desenvolvimento tecnológico no mundo e, em especial, nos países emergentes do Grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) foram as telecomunicações sem fio, cujo melhor exemplo é o telefone celular.

Vejamos o caso brasileiro. A privatização das telecomunicações brasileiras teve grande impacto no desenvolvimento setorial. No dia 29 de julho de 1998,o Brasil só contava com 5,5 milhões de celulares em serviço. No final de 2007, eram 121 milhões um crescimento de 2.100%. Nesse mesmo período, o número de linhas fixas mais do que dobrou, passando de 19 milhões para 40 milhões. A soma de acessos (telefones fixos e móveis) alcançava 24,5 milhões. No final de 2007, eram 160 milhões. O número de usuários de internet, que era de 1,4 milhão, ultrapassava 35 milhões. O indicador mais significativo do ponto de vista social, a densidade telefônica, saltou de 17 acessos por cem habitantes para 87 por cem.

Eis aí uma enorme inclusão digital de mais de 100 milhões de cidadãos que passaram a ter o direito de comunicar-se. Em 2010, o Brasil terá mais de 200 milhões de celulares, isto é, mais telefones móveis do que gente. Em 2015, serão 300 milhões de celulares. E a mudança mais significativa de paradigma está no seguinte dado estatístico: em 2007, foram vendidos 10,5 milhões de desktops e laptops contra 10 milhões de receptores de TV. Em 2008, a venda prevista de computadores deverá ser ainda maior: 11,8 milhões.

“Quatro forças tecnológicas moldarão o século XXI: o computador, as redes de dados, a nanotecnologia e a biotecnologia” diz James Canton, presidente do Institute for Global Futures e consultor da CNN. Acho bastante confiável a previsão de James Canton, quanto às quatro forças tecnológicas, mas seria mais prudente dizer que elas moldarão apenas as primeiras décadas do novo século. Dificilmente poderemos antever o progresso que virá ao final deste novo sêculo.

Volte por um instante a 1906, leitor, ano da invenção da vâlvula e eletrônica, e pense como teria sido difícil prever há pouco mais de cem anos os avanços que ocorreriam ao largo do século passado, tais como o rádio (1920), a televisão (1926), o computador (1946), o transístor (1947), os satélites (1957), as fibras ópticas (1966), o celular (1981) e a Internet (1990).

Ethevaldo Siqueira

in Enciclopédia Barsa Universal Livro do Ano 2009

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