OPINIÃO > Ramiro Marques: «Sobre a impossibilidade de votar no PS de Sócrates»

Tenho ouvido a algumas pessoas colocarem a hipótese de votar PS, apesar de não concordarem com as suas políticas. A justificação é o receio que a alternativa seja o PSD e que a continuidade das políticas seja a mesma! Não concordo nada com este decisão e explico porquê.

1. O PS de José Sócrates, antes de fazer as opções políticas erradas, desrespeitou todos os portugueses ao usar a maioria absoluta para confundir autoridade com autoritarismo e firmeza com arrogância e prepotência, violando deliberada e conscientemente, princípios básicos do direito democrático e do respeito pela liberdade.

2. No que à Educação diz respeito, começou por querer implementar um conjunto de medidas administrativas a que pretensiosamente chama de reforma educativa, para, uma vez mais de forma deliberada, enganar a opinião pública. Estas medidas não dão resposta às questões pedagógicas que têm que ser o centro de qualquer reforma educativa!

3. Quando se quer enganar a opinião pública, que intenções estão subjacentes?

4. É por isso que votar PS está completamente fora de questão! Votar PS seria concordar e ser cúmplice da farsa, da arrogância, da prepotência, da falta de dignidade e do colocar em causa a liberdade e a democracia!

5. Mas coloca-se o problema: que tipo de governo será o PSD e que alternativa pode oferecer? Será que vai responder a estas questões e a todas as outras do país que José Sócrates agravou bastante, ou vai continuar na mesma linha?

6. Temos que estar preparados para a luta! Se o PSD ganhar as eleições e não governar de acordo com o Compromisso Educação, cá estaremos para lutar como temos feito agora porque não lutamos contra partidos lutamos por valores educativos, lutamos pela Escola Pública e, por isso, contra qualquer partido que os desrespeite!

7. Mas, não ganhando o PS, porque é que tem que ganhar o PSD? Não há dúvida que nas últimas eleições quem ganhou foi a abstenção, tal é o descrédito dos políticos portugueses. Não é novidade. E se em vez de os portugueses se absterem, votarem nos partidos médios (BE, PCP e CDS) e nos partidos pequenos (POUS, MSM, MEP, PH e MRPP) e fizerem tremer a política portuguesa? Por que não, votar nos partidos em que normalmente não se vota? Por que não mostrar o descontentamento com a política portuguesa através do voto em vez da abstenção? Não será essa uma forma eficaz de exigir aos políticos dignidade e de os responsabilizar pelas atitudes que tomam? E com 62% de abstenção qualquer partido pode ganhar as eleições! Teria a sua graça...

8. Cabe-nos a nós construir um Portugal digno e democrático. Cabe-nos a todos nós fazer perceber aos governantes que eles nos representam e também nos cabe a todos nós dizermos SIM, sem complexos, à luta política ao contrário do que se quer fazer crer, porque a política diz respeito à vida do país e é um dever participar nela!

9. “Yes we can” cada vez mais é uma realidade!

Fonte: ProfAvaliação