sábado, 1 de agosto de 2009

O folhetim Joana Amaral Dias e o convite do PS

Joana Amaral Dias, que se manteve alguns dias em silêncio sobre a abordagem do PS para participar nas listas do partido, garantiu ontem à noite, em entrevista na SIC Notícias, que recebeu um convite do secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, para integrar as listas socialistas nas próximas legislativas. A militante bloquista sublinhou que o convite foi feito pelo telefone e não pessoalmente e desmentiu Paulo Campos, sublinhando que não são amigos.



A revista VISÃO escrevia, no passado dia 30 de Julho:

“São precisos dois para que haja um convite. Joana Amaral Dias foi convidada, entre outras coisas, para ser a número dois da lista do PS por Coimbra. O que não se sabia é que o convite partira de um governante socialista: Paulo Campos, secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e Comunicações.

Na altura em que foi feito o convite à militante bloquista, Paulo Campos, 43 anos, disse ter «carta branca» do secretário-geral, José Sócrates, para escolher um nome para o acompanhar nos três primeiros lugares da lista por Coimbra. E foi nesse pressuposto que decidiu, primeiro, sondar a sua amiga bloquista.

A primeira «sondagem», no início da semana passada, foi feita por um amigo comum e revelou que a ex-mandatária para a Juventude da última candidatura presidencial de Mário Soares estava disposta a ouvir o governante socialista. O encontro final ocorreu na passada sexta-feira, presencialmente e, aí, Paulo Campos reafirmou que gostaria de contar com a ex-deputada do BE na sua lista. Joana Amaral Dias pediu, então, umas horas para reflectir.

Ter-se-á aconselhado com alguns amigos, entre os quais Mário Soares, histórico líder socialista e, passadas duas horas, no final da tarde de sexta-feira, 24, comunicou a Paulo Campos que não aceitaria o convite.”

Paulo Campos sublinhou também na SIC Notícias que não fez nenhum convite a Joana Amaral Dias, mas que apenas «indagou» se ela estaria disponível para integrar as listas.

Ora ninguém acredita que Paulo Campos não tivesse informado as cúpulas do PS das suas “démarches”. Por isso, soa a falso a reacção do PS, depois de Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda, ter denunciado o “assédio”, jurando que o líder do PS não formulou qualquer convite nem mandatou ninguém para o fazer.

Toda esta situação mostra o desespero em que se encontra o PS, procurando, por todos os meios, tentar conquistar mais uns “votozinhos”.

A situação foi aproveitada por Louçã para ‘abrir fogo’ sobre o PS, procurando capitalizar os votos dos descontentes com o Partido Socialista.

Joana Amaral Dias também não sai incólume desta situação, pois o facto de ter deixado passar algumas horas antes de dar uma resposta permite-nos concluir que pelo menos terá colocado a hipótese de aceitar... Estranho é o facto de tudo ter chegado à Comunicação Social, provocando este alarido descomunal.

Com esta atitude Joana Amaral Dias terá mostrado ao BE que é desejada por outras forças políticas e ao PS que não precisa da sua ajuda…

Lembremo-nos que Joana Amaral Dias foi apoiante de Mário Soares nas últimas eleições presidenciais, apesar de o líder do seu partido ter sido também candidato nessas eleições, razão pela qual ficará fora das listas do BE nas próximas legislativas. Mas a atitude do BE demonstra que o partido ainda conta com ela para lutas futuras.

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