Educação
Isabel Alçada quer melhorar gestão de recursos no ensino
Catarina Madeira
04/08/10 08:14
São já duas as entidades criadas para a optimização dos recursos educativos.
Depois da criação de um grupo de trabalho para propor e implementar medidas de gestão e execução orçamental na educação, o Governo acaba de constituir a CORE — Comissão para a Optimização dos Recursos Educativos. É mais uma medida do Governo para melhorar a gestão dos recursos do sistema educativo e apertar o cerco à despesa no sector da Educação.
No despacho, publicado ontem em Diário da República e assinado pela ministra da Educação, pode ler-se que esta é uma comissão, presidida por Carlos Alberto Pinto Ferreira, de “carácter eminentemente técnico”, que deverá concluir o seu trabalho dentro de três anos, ou seja, no final desta legislatura. O objectivo é, além de acompanhar a evolução do sistema educativo, propor medidas de política educativa e elaborar estudos técnicos para melhorar a qualidade do ensino, sempre com as palavras “optimização” e “eficácia” no horizonte.
Em menos de duas semanas, o Governo criou dois organismos que têm como denominador comum a racionalização dos recursos do sector. A 23 de Julho, Isabel Alçada e o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, assinaram um despacho que determina a criação de um grupo de trabalho para acompanhar e implementar “orientações de política pública com um enfoque importante nos critérios de eficiência e eficácia na afectação de recursos”. Porém para o PCP, esta iniciativa tem um único objectivo: o “desmantelamento da Escola Pública a pretexto da contenção orçamental”. Numa pergunta, enviada ao Ministério da Educação na semana passada, o deputado comunista Miguel Tiago começa por citar o despacho — onde se lê que cabe ao grupo de trabalho acompanhar e implementar as “medidas para o sector da educação apresentadas no Programa de Estabilidade e Crescimento 2010-
Desde que estas medidas foram anunciadas, o Ministério da Educação tem-se recusado a divulgar qual o impacto económico esperado, insistindo que os critérios que servem de base à reorganização da rede escolar são exclusivamente pedagógicos e qualitativos. O encerramento de 701 escolas do primeiro ciclo com menos de 21 alunos já no próximo ano lectivo (900 até ao final do processo) e a constituição dos chamados mega agrupamentos foram as decisões mais contestadas por sindicatos de professores, associações de pais e partidos da oposição que continuam a ter reservas em relação a estas medidas e acusam a tutela de ter como único fundamento a contenção de custos.
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