Hoje ouvi parte do 'Fórum' da TSF, dedicado à questão do reordenamento da rede escolar, isto é, à constituição de “mega-agrupamentos”. O Secretário de Estado da Educação afirmava que se reuniu em dezoito distritos com os presidentes das Câmaras e que os directores regionais se reuniram com os presidentes dos Conselhos Gerais e Directores das escolas envolvidas (fala-se em cerca de 100). Afiançava que as mudanças estavam a ser preparadas desde Janeiro de 2010, esforçando-se por tentar transmitir a ideia de que tinha havido ponderação, conversação, escuta, convergência.
Ora mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo, tal como diz o povo, como demonstraram aqueles que participaram naquela rubrica da TSF. Uma ouvinte de Lisboa, militante socialista, afiançou que numa reunião da FAUL houve várias pessoas que demonstraram discordância e que lhes foi dito que os técnicos é que tinham decidido e eles é que sabiam…
Carlos Monteiro, Director do Agrupamento de Escolas da Mota — Fervença, concelho de Celorico de Basto, desmontou os argumentos do secretário de Estado, explicando como as coisas se passaram em relação ao seu Agrupamento, o qual vai ser fundido com o da sede do concelho, que dista mais de
Até Albino Almeida, o Presidente da CONFAP (Confederação de Associações de Pais), critica a estratégia utilizada pelo Governo…
A política não deve ser feita com meias-verdades e com uma propositada hipocrisia. No próprio “Fórum” foi demonstrado que os encontros e as reuniões visaram a comunicação de uma situação já decidida a “régua e esquadro”, com um condenável desprezo pelas leis vigentes, assim como pelos órgãos legalmente instituídos e com mandatos para 4 anos. Esta atitude autoritária do Governo revela uma basta ignorância sobre o que são as escolas, as suas trajectórias, as suas identidades e as suas lógicas de acção. Em resumo, a maioria dos participantes no “Fórum” repudiou este caminho decidido pelo Governo e esta forma de fazer política. Num outro país civilizado, os erros seriam corrigidos rapidamente. Aqui parece que há um gosto mórbido de errar e persistir no erro. Os psiquiatras têm no nosso País um vasto campo de investigação…
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