sexta-feira, 9 de julho de 2010

“Fórum” da TSF contradiz declarações de membros do Governo

Hoje ouvi parte do 'Fórum' da TSF, dedicado à questão do reordenamento da rede escolar, isto é, à constituição de “mega-agrupamentos”. O Secretário de Estado da Educação afirmava que se reuniu em dezoito distritos com os presidentes das Câmaras e que os directores regionais se reuniram com os presidentes dos Conselhos Gerais e Directores das escolas envolvidas (fala-se em cerca de 100). Afiançava que as mudanças estavam a ser preparadas desde Janeiro de 2010, esforçando-se por tentar transmitir a ideia de que tinha havido ponderação, conversação, escuta, convergência.

Ora mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo, tal como diz o povo, como demonstraram aqueles que participaram naquela rubrica da TSF. Uma ouvinte de Lisboa, militante socialista, afiançou que numa reunião da FAUL houve várias pessoas que demonstraram discordância e que lhes foi dito que os técnicos é que tinham decidido e eles é que sabiam…

Carlos Monteiro, Director do Agrupamento de Escolas da Mota — Fervença, concelho de Celorico de Basto, desmontou os argumentos do secretário de Estado, explicando como as coisas se passaram em relação ao seu Agrupamento, o qual vai ser fundido com o da sede do concelho, que dista mais de 20 quilómetros daquele estabelecimento de ensino. Salientou que nem sequer foram tidos em conta os resultados da avaliação externa efectuada ao seu Agrupamento no ano lectivo transacto. Por outro lado, também não foi respeitada a eleição dos directores, que neste caso se processou há precisamente um ano. E apontou exemplos de escolas que estiveram para ser fundidas com outras, mas que escaparam por motivos que não quis revelar…

Até Albino Almeida, o Presidente da CONFAP (Confederação de Associações de Pais), critica a estratégia utilizada pelo Governo…

A política não deve ser feita com meias-verdades e com uma propositada hipocrisia. No próprio “Fórum” foi demonstrado que os encontros e as reuniões visaram a comunicação de uma situação já decidida a “régua e esquadro”, com um condenável desprezo pelas leis vigentes, assim como pelos órgãos legalmente instituídos e com mandatos para 4 anos. Esta atitude autoritária do Governo revela uma basta ignorância sobre o que são as escolas, as suas trajectórias, as suas identidades e as suas lógicas de acção. Em resumo, a maioria dos participantes no “Fórum” repudiou este caminho decidido pelo Governo e esta forma de fazer política. Num outro país civilizado, os erros seriam corrigidos rapidamente. Aqui parece que há um gosto mórbido de errar e persistir no erro. Os psiquiatras têm no nosso País um vasto campo de investigação…

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