quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Novo método de combate ao terrorismo: Ler a mente

Investigadores de Chicago defendem que a leitura das ondas cerebrais é o novo método para combater o terrorismo. Os críticos apontam falhas e consideram-no pouco fiável.

Um grupo de investigadores da Universidade Northwestern, de Chicago, defende uma nova técnica para combater o terrorismo: ler a mente. Ou, dito de outra forma, medir as ondas cerebrais. Os responsáveis pelo estudo, John Meixner e Peter Rosenfeld, acreditam que este método poderá substituir o polígrafo, mas há quem o considere pouco fiável.

A equipa de Meixner e Rosenfeld fez a experiência com 29 estudantes universitários. Foi-lhes pedido que pensassem num de dois planos: um ataque bombista em Houston ou umas férias numa cidade e data à escolha. O passo seguinte foi mostrar aos alunos nomes de cidades, meses do ano e métodos de ataques terroristas. Nesta fase, os investigadores foram lendo a atividade cerebral dos estudantes através de eletroencefalografia (EEG) e constataram que havia uma onda cerebral particularmente ativa — a P300 — quando o dado apresentado era familiar.

O resultado da experiência, segundo Meixner e Rosenfeld, foi positivo. De 12 “terroristas”, descobriram 10, e de 30 pormenores específicos do ataque, desmascararam 20 (como tipo de explosivos, local específico ou a data concreta).

Críticos apontam falhas

“O teste tem uma aplicação limitada”, reconhece Rosenfeld em declarações à revista Time, “no caso de anti-terrorismo, é preciso ter alguma informação para saber o que se procura”. Ainda assim, o investigador acredita que este método tem mais potencialidade que o polígrafo — que tem a utilização autorizada na maioria dos tribunais americanos.

Mas os críticos apontam falhas, além da de ser necessário ter informação prévia. Retomando o exemplo da experiência com os estudantes universitários, a onda P300 será também ativada se os interrogados, mesmo não sendo terroristas, tiverem sido criados em Houston, ou se a hipótese do ataque tiver sido falada na comunicação social, por exemplo.

A utilização deste método foi reconhecida, pela primeira vez, nos anos 80, mas nenhuma força policial a adotou. Segundo a Time, o Japão está a estudar a possibilidade da sua utilização.

Expresso on-line

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