quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Excesso de sal no pão dá multa a partir de hoje

Excesso de sal no pão dá multas até 5 mil euros a partir de hoje

Governo não apresentou proposta para reduzir sal noutros alimentos, como previa a lei. Tinha seis meses para o fazer, mas já passou um ano.

Portugal é, a partir de hoje, o primeiro país do mundo ocidental a ter uma lei que impõe limites ao teor de sal no pão. Produzir e vender pão com mais de 1,4 gramas de sal (por 100 gramas de produto final ou 0,55 gramas de sódio) passa a poder ser punido com coimas até cinco mil euros, estipula a legislação que os representantes dos panificadores desvalorizam, garantindo que já está a ser cumprida na maior parte dos casos. De fora ficam só os pães com “nomes protegidos”, como a broa de Avintes e o pão de Favaios.

Justifica-se a opção, inédita, de impor restrições por via legislativa? Para a comunidade científica, sim. Por um lado, porque “somos o país da Europa com as maiores taxas de ingestão de sal” ─ 11,9 gramas por dia, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um máximo de 5 ─ e, por outro, por sermos líderes “nas taxas de acidente vascular cerebral (AVC) e cancro do estômago”, defende o médico e professor da Faculdade de Medicina do Porto Jorge Polónia ─ que em 2006 começou a desbravar o caminho ao medir pela primeira vez de uma forma rigorosa o consumo diário de sal numa amostra superior a quatro centenas de pessoas. Com uma equipa da Universidade Fernando Pessoa, no ano seguinte avaliou o teor de sal em 40 tipos de pão. A conclusão não foi animadora: o pão normal (não integral) tinha entre 19 a 21 gramas de sal por cada quilograma, quase o dobro do encontrado nos pães britânicos e suíços analisados (13 gramas). ()

PÚBLICO

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