Este é um espaço onde poderei dar conta das minhas reflexões, alegrias, inquietações e também das minhas indignações. Deixo claro que não hipotequei a minha liberdade a nenhum partido político. Tal como escreveu o ilustre escritor Miguel Torga, meu comprovinciano, «Não posso ter outro partido senão o da liberdade»...
Um jovem armado e encapuzado tentou violar uma mulher em Mondim de Basto, mas desistiu ao fim de meia hora de luta com a vítima e acabou detido pela PJ.
Fonte da PJ de Braga disse à Agência Lusa que o jovem, de 20 anos, tentou violar a mulher, de 39, no passado dia 20, acabando por desistir devido à forte resistência da vítima.
“Ela não vive lá, só vai aos fins-de-semana ou em férias. Na altura, o suspeito apanhou porta aberta e entrou por lá dentro, mas nada conseguiu”, contou a fonte.
“Ele ainda lhe tirou algumas peças de roupa, mas deixou cair a navalha e acabou por fugir ao fim de meia hora de luta”, explicou.
Agressor e vítima conheciam-se, o que terá levado o agressor a agir encapuzado.
Terminam as férias com o final de Agosto, embora haja portugueses que façam férias em Setembro, por as praias, os restaurantes e os hotéis estarem menos cheios. Ao contrário do que se pensava, foram férias calmas, excepção feita da calamidade dos incêndios, apesar do trabalho incansável dos bombeiros, da GNR e dos pilotos dos helicópteros. No entanto, como aqui assinalei num artigo anterior, é preciso e urgente reforçar as medidas preventivas, defender as florestas e obrigar os proprietários das terras que estão abandonadas aos matos — e que são pólvora — a limpá-las ou deixá-las limpar pelos serviços públicos ou municipais, contra um pagamento mínimo.
Quando digo que as férias foram calmas, refiro-me, naturalmente, ao plano político e social. Depois da guerrilha partidária que se seguiu às últimas eleições legislativas — e à constituição de um Governo minoritário — ter havido comentadores convencidos de que o Governo Sócrates dificilmente se aguentaria. Não foi o que sucedeu, porque depressa as pessoas se aperceberam de que a nenhum partido da oposição — apesar da linguagem desabrida que faziam gala em utilizar — convinha deitar o Governo abaixo ou encontrar uma solução de substituição. Mesmo o mais forte partido da oposição, o PSD, que ficaria exposto a um desastre fatal, com consequências graves — e pesadíssimas — para o seu próximo futuro, se aceitasse ser governo, no actual momento de crise global.
Outrora, em dias como este, já eu estava refulgente de novas ideias para projectos, para actividades, para a leccionação de alguns conteúdos específicos… A véspera de Setembro era vivida com uma certa ansiedade salutar e com a antecipada alegria de rever os meus colegas. Nesses tempos, eu amava a minha profissão!
Hoje, amarrei o dia ao meu ramerrão caseiro, para riscar todos os pequenos biscates que agendara para as férias. E assim foi: a agenda das minhas livres obrigações ficou de consciência limpa. No entanto, lá bem no fundo, ela sabia que o meu afã velava uma inconfessada inquietação: eternizar os derradeiros olhares de Agosto ao minuto, ao segundo, para esquecer que amanhã recomeça a minha arrastada garimpa, a minha rotina despida de sonho e de ilusão.
Amanhã, para mim, começa o Outono. Amanhã, o chão vai estar atapetado de folhas caídas, de sâmaras perdidas, de terreiros varridos pelo vento. Amanhã, o meu país vai acordar mais pobre e apagado. Amanhã, vestirei o meu ânimo macilento e sairei de casa esmoendo o ópio das minhas memórias.
Como eu entendo o Luís Costa! Também eu me sinto um pouco assim… Amanhã deixarei de estar oficialmente de férias. É preciso preparar-me mentalmente para o novo ano lectivo…
Não há como esconder a situação: numa altura em que o Orçamento do Estado para 2011 é um assunto incontornável
Não há como esconder a situação: numa altura em que o Orçamento do Estado para 2011 é um assunto incontornável, os números conhecidos da Execução Orçamental de 2010, referentes aos primeiros sete meses do ano, transportam consigo as maiores dúvidas e apreensões. Não é que o objectivo definido para o défice, de 7.3% do PIB, pareça estar em perigo — não, até creio que nos poderemos situar abaixo de 7%, como é possível constatar já desde há algum tempo1; o problema é que a forma como a redução do défice está a ser feita lembra em tudo o sucedido entre 2005 e 2008, quando o desequilíbrio das contas públicas desceu, mas à custa de cortes nas despesas públicas de investimento e do aumento da carga fiscal — e não atacando, como se devia, o excessivo peso da despesa corrente primária. O resultado desta pretensa política de consolidação orçamental foi o que se sabe: com a chegada da crise internacional a receita desapareceu e, como a despesa tinhasubido, o défice disparou para os célebres 9.3% do PIB.
José Sócrates acredita que a tecnologia é o melhor substituto da ideologia.
O seu sonho de modernidade é simples: cada português é um terminal de computador com um chip incrustado no cérebro e um telemóvel no ouvido. Sócrates acredita que este é um País que dispensou a existência de matéria: tudo se passa no Second Life. É por isso que o Governo continua a legislar para um País que não existe a não ser nos sonhos de Sócrates e dos seus ministros. O Governo decretou que a Internet é o novo Correio Azul nacional. Por isso acredita que essa é a realidade do País. A alucinação tem destas coisas. Helena André é a Lady Gaga da política electrónica do Governo. Julga que legisla na Internet e canta na MTV. Quando se decreta que os dois milhões de portugueses que beneficiam de RSI, abono de família e subsídio social de desemprego devem usar obrigatoriamente a Internet para provarem os seus rendimentos, é porque o Governo pensa que Portugal é a cidade dos Sims. Na cabeça da ministra há um país real e um de ficção. E o da ficção tecnológica é que move Helena André. O delírio é total: se não souber utilizar a Internet, peça ajuda, diz o Estado. Há uma teoria da conspiração que se adapta ao assunto: o objectivo é que passem os prazos. Se assim for o Estado poupa uns milhões à boa maneira portuguesa com uma óptima desculpa: os interessados não responderam. É um hábito nacional: em vez de se resolver as questões de forma séria, olhos nos olhos, pega-se o problema de cernelha. A tecnologia, para este Governo, é uma boa desculpa para os seus disparates.
Um projecto-piloto de combate ao insucesso escolar, abrangendo alunos do pré-escolar e do primeiro ciclo, arranca em Setembro na EBI de Ginetes, em S. Miguel, Açores, numa iniciativa que aposta no diagnóstico e intervenção precoce.
“Queremos intervir o mais depressa possível porque os estudos indicam que, se a intervenção for feita numa fase inicial do percurso académico do aluno, os resultados serão melhores, porque há mais eficácia na intervenção”, afirmou Lina Mendes, secretária regional da Educação.
Nesta primeira fase, o projecto será desenvolvido apenas em escolas que integram a unidade orgânica de Ginetes, abrangendo alunos das freguesias de Feteiras, Candelária, Sete Cidades e Mosteiros, no concelho de Ponta Delgada, mas Lina Mendes admitiu que, “consoante os resultados, poderá ser estendido a outras escolas”.
Para a secretária regional da Educação, trata-se de “um novo modelo de apoio educativo”, cujo objectivo é “encontrar as dificuldades de aprendizagem associadas à leitura e à matemática”, nos dois anos que antecedem a entrada no 1.º ciclo do ensino básico.
A iniciativa vai funcionar em regime de voluntariado e a adesão dos professores tem sido boa, existindo já duas dezenas de docentes interessados em participar.
Chegou ontem ao fim o conturbado concurso para contratações a prazo. Dos mais de 50 mil candidatos, 19 mil foram colocados.
Quase 40 mil candidatos (39 245) — entre os mais de 50 mil que procuraram colocação nos concursos nacionais de contratação de professores — ficaram sem lugar nas escolas este ano lectivo, restando-lhes esperar pelas vagas intercalares dos estabelecimentos.
As contas são do DN — o Ministério da Educação não quis divulgar totais nem comentar os resultados dos concursos — e têm por base as listagens publicadas ontem no site da Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE).
Cálculos da Federação Nacional da Educação (FNE) apontam para valores aproximados, segundo adiantou ao DN Lucinda Manuela, desta estrutura sindical, que estimou em pouco mais de 19 mil os colocados, dos quais “cerca de 10 500” em virtude da renovação de vínculos anteriores (ver texto ao lado).
As contas não incluem candidatos que desistiram das suas candidaturas ou as viram recusadas devido a erros ou incumprimentos dos requisitos para as funções.
“São números que ainda estamos a analisar, mas que apontam para um número muito significativo de docentes que não conseguiram, pelo menos para já, um lugar nas escolas”, disse ao DN a sindicalista. “Parte destes professores estiveram empregados no último ano e vão engrossar as listas de desempregados.”
Já a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que também estimou em “mais de 30 mil” os não colocados, considerou que, “apesar do esforço” o Ministério da Educação “não conseguiu baixar os níveis de colocação [de contratados] verificados desde há dois anos”.
Foi entre os professores do 3.º ciclo e secundário — ciclos que representam também a maioria dos docentes — que mais candidatos ficaram sem colocação: 16 738, de acordo com os cálculos do DN. No pré-escolar ficaram de fora 4584, no 1.º ciclo 11 279 e no 2.º ciclo 6345 candidatos.
Por grupos disciplinares, o Português do 3.º ciclo e secundário (300) foi o mais difícil : 4046 candidatos não colocados. Já o Espanhol, em franca expansão, só não deu lugar a 12 concorrentes, com a Informática (25 de fora) a revelar-se também uma boa opção.
Os concursos serviram ainda para deslocar professores dos quadros por condições específicas (como a doença) ou inexistência de serviço lectivo atribuído. Os colocados apresentam-se nas escolas amanhã.
Desemprego revisto em alta para o novo máximo histórico de 11 por cento
31.08.2010 — 10:13 Por Paulo Miguel Madeira
A taxa de desemprego em Portugal em Maio e Junho foi revista em alta para 11 por cento, o que constitui um novo máximo histórico, de acordo com os dados hoje divulgados pelo Eurostat, que avançou uma taxa de 10,8 por cento para Julho.
Estes novos valores oficiais de desemprego em Portugal são superiores ao máximo que o Eurostat tinha registado para o país (10,9 por cento em Maio e 10,8 em Junho e Abril) e à média de 10,6 por cento estimada pelo INE para o segundo trimestre do ano, que foi igual ao do primeiro trimestre.
O valor do INE constituiu então também um novo máximo histórico desde que a instituição começou a medir o nível de desemprego, no segundo trimestre de 1983, e também desde que há registo nas séries longas do Banco de Portugal, que no caso do desemprego remonta a 1953 e utiliza um conceito mais lato que o actual.
Em Julho, o desemprego desceu para 10,8 por cento, sendo o quinto mais elevado entre os 16 países da zona euro, onde o recordista continua a ser a Espanha, com uma taxa de 20,3 por cento em Julho. Seguiram-se a Eslováquia (15,0), a Irlanda (13,6) e a Grécia (11,0).
Na zona euro e na EU, as taxas de desemprego mantêm-se inalteradas em respectivamente 10,0 e 0,6 por cento desde Março.
A descida do desemprego em Portugal em Julho reflectiu-se em ligeiras descidas no desemprego quer dos jovens quer das mulheres e dos homens.
Durante a tarde de hoje, foi montado o material e realizados alguns ensaios, para que tudo esteja preparado amanhã de manhã.
O programa «Verão Total» da RTP1 será realizado amanhã em Cabeceiras de Basto, na Praça da República, tendo o Mosteiro de S. Miguel de Refojos como cenário. Das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00, a emissão será conduzida por Serenella Andrade e por Hélder Reis, os quais já se encontram nesta vila. A preparação do programa já hoje despertou a atenção das pessoas, devido ao número de viaturas da RTP estacionadas no local.
Depois das sucessivas tempestades, que nos levaram muitos dos marinheiros e muitas embarcações da nossa vasta frota, o mar, tal como a maioria dos nossos homens, parece agora adormecido, embora mostre uma carranca traiçoeira: ondulação fraca, mas opaca neblina.
Há já quase um mês que ninguém avista três das nossas melhores embarcações: PROMOVA, MUP E APEDE. Não se sabe nada delas. Terão desistido? Terão naufragado? Terão encontrado terra? Não sabemos. Esperemos que a dissipação do nevoeiro nos possa trazer boas novas!
A cada dia que passa, é mais penosa a navegação: os marinheiros estão desanimados e já poucos acreditam que algum dia voltarão a pôr pé em terra firme. A desorientação, a depressão e o desespero apoderaram-se de muitos dos embarcadiços, em todas as naus. Entre eles, estão alguns dos nossos mais experientes e denodados navegantes, que discutem com crescente frequência e se digladiam por tudo e por nada. Alguns capitães, tomados pela descrença absoluta, já não demandam a Índia: sonham apenas com uma ilha qualquer, onde possam sobreviver.
Temo que a falta de provisões e algumas doenças — do corpo e da mente — dêem lugar à desordem, à amotinação, à deserção e mesmo ao canibalismo.
Especialistas em Geografia Humana dizem que vai haver vazios cada vez maiores no território. Autarcas divergem nas estratégias de combate à desertificação.
Cerca de 150 pessoas juntaram-se hoje, em Lisboa, numa iniciativa contra as execuções no Irão e pedindo a libertação de Sakineh Mohammadi-Ashtiani, uma mulher condenada à morte por lapidação.
Os organizadores, pegando em cartazes com letras impressas, formaram junto à estátua no Largo de Camões a frase “stop executions in Iran” [acabem com as execuções no Irão] e a eles juntaram-se manifestantes e curiosos, estes acabando por aderir à iniciativa.
“Para mostrar que não somos indiferentes”, porque “a morte por lapidação é desumana”, como disseram à agência Lusa alguns manifestantes, que passados cerca de 30 minutos após o início da manifestação se aproximavam já de uma centena.
Sakineh Mohammadi-Ashtiani, a mulher condenada à morte por lapidação pelas autoridades iranianas, é “um nome e um rosto” para mobilizar as pessoas contra as execuções no Irão, como disseram os organizadores por detrás do megafone que se fazia ouvir por todo o largo.
Uma vez que o fogo-de-artifício da senhora ministra não “colou”, como forma de evitar que se falasse do mega-encerramento de escolas, pois rapidamente se secou esse filão, podemos agora falar um pouco mais calmamente — e até mais a sério — sobre a tentação socialista de instaurar o Eldorado da passagem administrativa.
Para além de ser analfabeto em política, também sou bastante coxo no que à investigação diz respeito. No entanto, apesar desse handicap, dá-me, de vez em quando e de quando em vez, para aí, e lá me meto a fazer que faço. Foi o que aconteceu aqui há uns anos atrás, em Agosto de 2004. Velhos tempos, em que ainda apetecia trabalhar por carolice! Depois… foi o que foi!
Nessas férias, decidi estudar o percurso escolar dos alunos retidos e daqueles que, embora com suficientes níveis para reprovar, transitavam ao abrigo do Despacho Normativo 644-A/94 e do Decreto-Lei 30/2001. Farto de ouvir alguns colegas dizerem que reprovar os alunos era cortar-lhes as asas, meti mãos à obra e fui ver o que estava a acontecer no terreno. Com a devida autorização superior, estudei todas as pautas finais de uma determinada escola EB 2/3 de Braga, entre o ano lectivo de 1999/2000 e o ano lectivo de 2003/2004: cinco anos de percurso escolar vistos à lupa. Estudei o universo total dos alunos (320) que se encontravam nas situações descritas.
Atomadadepossedos novos elementos doConselhodasEscolasvai acontecer a1deSetembro, emCaparide. A sessão deverá incluir, também, aeleiçãodo presidente e da mesa, pelos pares.
A Fenprof e a Fne reuniram-se hoje com o secretário de estado adjunto e da educação para negociarem o projecto de despacho sobre a calendarização e organização da avaliação dos docentes. Em cima da mesa, esteve a análise dos anexos ao despacho e, em particular, as fichas de auto-avaliação e de avaliação do desempenho.
A Fenprof saiu da reunião preocupada com os constrangimentos que o processo de avaliação de desempenho vai criar nas escolas já a partir de Setembro.
A complexidade do relatório de auto-avaliação e a dificuldade na apresentação das chamadas evidências levantaram dúvidas às duas principais organizações sindicais de professores.