sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ensino privado não escapa às medidas economicistas do Governo

Decisão saída do Conselho de Ministros

Governo quer fazer cortes nos apoios ao ensino privado

04.11.2010 — 14:35 Por Bárbara Wong

O Conselho de Ministros aprovou hoje o decreto-lei que regula o apoio do Estado ao ensino privado, prevendo cortes para o sector. Para tal, o Ministério da Educação (ME) e a Associação dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (Aeep) vão reunir[-se] para negociar.

O decreto-lei aprovado cria condições para renegociar os contratos entre o ME e o ensino particular “com vista à diminuição da despesa pública, no âmbito do esforço nacional de equilíbrio das contas públicas”, diz o texto publicado na página de Internet do Conselho de Ministros.
Através dos chamados contratos de associação, o Ministério da Educação financia certas escolas do sector particular e cooperativo situadas em regiões onde não há oferta pública. Nesses casos, o Estado paga as mensalidades dos alunos. Contudo, em 30 anos, a rede escolar foi mudando e o Estado investindo na edificação de escolas públicas, muitas no mesmo raio destes colégios com contratos de associação.
Constata-se que a rede de escolas públicas e a respectiva oferta tem crescido significativamente, de tal forma que o financiamento pelo Estado das escolas particulares e cooperativas, através de contratos, já não necessita de ser tão intenso como era há anos atrás”, continua o comunicado do Conselho de Ministros.

Segundo João Mata, secretário de Estado da Educação, presente na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, a tutela pretende criar condições para aplicar um modelo de financiamento “com regras mais simples e mais claras”, através do financiamento que tenha em consideração o número de alunos por turma.

Para isso, o ME vai renegociar “os termos e o financiamento através destes contratos, com vista a uma racionalização da despesa pública e à boa gestão do dinheiro dos contribuintes, tendo em conta as melhorias e os avanços que se verificaram na oferta da rede pública de escolas”.

O PÚBLICO contactou a Aeep que confirma ter conhecimento do decreto-lei e que espera pronunciar-se sobre o mesmo após esclarecimento do ME.

PÚBLICO

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