Aos 91 anos, desapareceu um dos mais produtivos homens do cinema. Trabalhou com Fellini, De Sica, Rossellini e fez a ponte da produção na indústria entre Itália e EUA
Dizer que Dino de Laurentiis, que morreu quarta-feira na sua casa de Los Angeles aos 91 anos, era um prolífico produtor é apenas a ponta do icebergue. O italiano, cujo nome está associado a cerca de 500 filmes, 38 dos quais nomeados para óscares e muitos com presença nas listas dos filmes essenciais do século XX, foi um dos primeiros europeus a reconhecer as mais-valias da co-produção internacional e um dos últimos grandes produtores. Foi parte integrante do neo-realismo italiano ao produzir Fellini, De Sica ou Rossellini.
De Laurentiis, nascido em Torre Annunziata em 1919, foi distinguido com dois Óscares de Melhor Filme Estrangeiro por A Estrada (1954) e Noites de Cabíria (1957), ambos de Federico Fellini, e recebeu também o prémio carreira da Academia, em 2001. Foi através das suas sucessivas empresas de produção que conseguiu o feito de estar associado a mais de 500 títulos - embora "só" tenha produzido pessoalmente cerca de 160 - e teve papéis em sete filmes. Afinal, foi para ser actor que estudou no Centro Sperimentale di Cinematografia, depois de ter vendido nas ruas a massa fabricada pelos pais.
Depois do serviço militar na II Guerra, Agostino "Dino" De Laurentiis encetava uma carreira de produtor em que teve um importante papel na revitalização do sector em Itália. Trabalhou com alguns dos mais (re)conhecidos realizadores do século XX, sem resistir a rótulos nem géneros. Foi do terror ao romance, passou pelo fantástico, adaptou vários títulos de Stephen King ou Thomas Harris (Hannibal, Dragão Vermelho, Manhunter), trabalhou com então jovens valores como Sam Raimi, Sidney Pollack ou Sidney Lumet e com incontornáveis como Ingmar Bergman, Claude Chabrol, Luchino Visconti, Roger Vadim, Mario Bava ou Dino Risi.
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