domingo, 28 de novembro de 2010

Sindicatos criticados pelos Professores

Protesto contra Governo não poupa organizações sindicais

Professores contra sindicatos

Cerca de meia centena de professores manifestaram-se esta quarta-feira em frente ao Ministério da Educação, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, num protesto promovido pela Frente de Professores e Educadores Contratados, estrutura que faz parte do Sindicato de Professores da Grande Lisboa (SPGL).

Apesar de a manifestação se destinar a protestar contra as políticas do Governo, os manifestantes exibiram uma faixa a criticar os sindicatos pelo acordo assinado em Janeiro com o Ministério da Educação, que conduziu ao novo Estatuto da Carreira Docente. “Com memorandos e acordos só andamos para trás”, podia ler-se numa faixa. Para Délio Figueiredo, da frente de contratados, “os sindicatos traíram a luta dos professores ao assinarem o acordo por isso hoje há nas escolas uma grande descrença nos sindicatos”.

Professor de Física e Química no desemprego, Délio Figueiredo, criticou ainda a opção por não haver um grande protesto no dia da greve. “Propusemos ao SPGL uma grande manifestação de descontentamento no dia da greve, mas não quiseram e decidimos avançar sozinhos”, disse ao CM Délio Figueiredo, da frente de contratados.

Confrontado pelo CM, António Avelãs, presidente do SPGL, sublinhou que também defendia pessoalmente a realização de uma manifestação. “Não me custa nada subscrever essa opinião, mas não foi essa a opinião conjunta das duas centrais sindicais, CGTP e UGT. A greve geral tem um plano traçado e não faz sentido que cada sindicato organize as coisas à margem dos outros”. No protesto gritaram-se palavras contra a actual e a anterior ministra da Educação: “Milu e Alçada são da mesma fornada”.

Presente esteve a deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago. “Este protesto é pela dignidade de 18 mil professores contratados que asseguram o serviço público educativo e não têm direito a uma perspectiva de vida, a comprar casa, porque não sabem onde vão estar para o ano”, disse ao CM.

Correio da Manhã [24.11.2010]

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