domingo, 7 de novembro de 2010

Antigo director-geral do FMI acha demasiado elevados os juros da dívida cobrados a Portugal

O antigo director-geral do FMI acha que os juros da dívida cobrados a Portugal estão demasiado elevados e considera que as medidas tomadas pelo governo são as que possivelmente o Fundo tomaria também.

“Diria que é agora o momento de elevar o rating de Portugal, por todas as medidas que o país já tomou”, afirmou Jacques Larosière, que foi director-geral do FMI numa das alturas em que Portugal teve de recorrer à ajuda do Fundo.

“É o sentimento do mercado que é difícil de perceber”, disse Larosière, numa alusão a que as taxas de juro da dívida pública cobradas a Portugal são demasiado elevadas. “Em algum momento, os actos vão contar mais do que as palavras e vão impressionar os mercados, sobretudo se houver mais profissionalismo da parte das agências de rating”, acrescentou o ex-presidente do banco central francês.

Recorde-se que, neste momento, a Standard & Poor’s tem um “rating” de ‘A-’ para a dívida soberana portuguesa, a Moody’s tem ‘A1’ e a Fitch ‘AA-’.

Larosière, que é considerado o pai da reforma da arquitectura financeira da Europa, tinha já dito esta manhã — à margem da quarta conferência BPI Pensões, dedicada ao tema da actividade financeira e do novo modelo de supervisão — que considera que Portugal não terá de recorrer à ajuda do Fundo Monetário Internacional.

Na sua opinião, as medidas que foram tomadas são correctas e seriam semelhantes caso fosse o FMI a tomá-las. Quando questionado se seria diferente uma intervenção do Fundo, Larosière respondeu: “Não tenho a certeza que o fosse”.

Jornal de Negócios

Nenhum comentário: