A mortalidade associada à infecção por VIH/Sida diminuiu em Portugal cerca de 50 por cento entre 2000 e 2006, devido ao maior acesso aos tratamentos e de estes serem cada vez mais eficazes.
Henrique Barros, coordenador Nacional para a Infecção por VIH/Sida, diz que a eficácia crescente dos tratamentos transferiu a tónica da luta contra a Sida para o acesso aos tratamentos, sobretudo no que diz respeito aos custos associados, muitas vezes incomportáveis para os países mais pobres.
“Trata-se sobretudo de conseguir que a indústria farmacêutica compreenda a importância e relevância desta situação [em termos de saúde pública] e que tenha também a responsabilidade social de baixar os preços e tornar acessível a medicação às pessoas que precisam dela”, defendeu Henrique Barros, no encontro europeu sobre Sida a decorrer em Lisboa
O coordenador nacional referiu que as questões de propriedade intelectual se põem sobretudo ao nível daquilo a que se chamam as “segundas e terceiras linhas, ou seja, aos tratamentos que são necessários ao fim de anos de utilização de um primeiro regime terapêutico e que são extraordinariamente caros”.
Quanto à incidência da Sida na Europa, Henrique Barros mostrou-se sobretudo preocupado com a possibilidade de o epicentro da doença se deslocar para países como a Ucrânia e a Rússia, uma zona que “está a ser sobretudo marcada por uma extensa presença de casos em indivíduos que usam drogas”.
Fonte: Jornal de Notícias [06.06.2009]
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