Confessa que não sabe falar da matemática como um matemático. Nem podia, Maria Dulce Gonçalves é professora e investigadora na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, na Universidade de Lisboa e trabalha com crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem no Centro de Psicologia Clínica Educacional de Lisboa. Sobre os problemas dos estudantes com a matemática defende que a família pode ajudar, transmitindo confiança e ensinando os filhos a lidar com a frustração. Na escola, é preciso trabalhar de maneira diferenciada. Por vezes, os problemas a matemática ultrapassam a disciplina e têm a ver com a auto-estima do aluno, defende.
Onde é que começam os problemas com a matemática?
Os problemas começam precisamente por não haver problemas! A matemática é um conteúdo que pode ser abordado de forma mais activa e problematizadora ou de forma simplista. Em si mesma, a matemática faz apelo à estimulação cognitiva. Falamos dos problemas da matemática para fazer diagnósticos negativos, como se houvesse alunos livres de problemas e que a matemática é um problema só para alguns. Mas não há nenhum aluno que a estudar matemática não lide com problemas, a forma como se confronta com os mesmos é que é diferente. Devíamos gerar, desde a mais tenra idade, uma atitude de curiosidade, de questionação, perante a matemática.
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