Toda a gente aponta o dedo a Florentino Pérez, neste come back ao Real Madrid do empresário espanhol. Depois de uma primeira investida no início do século, quando irrompeu com a era dos “galácticos” no futebol espanhol e mundial (entre 2000 e 2006), os 94 milhões de euros oferecidos agora ao Manchester United para ter Cristiano Ronaldo provocaram um terramoto no mercado de transferências. Em três dias, o presidente madridista deu 160 milhões por Ronaldo e Kaká (65 milhões ao Milan). E quer mais. David Villa, cujo Valência não admite negociar abaixo dos 38 milhões, pode ser o senhor que se segue. É demasiado e o mercado tem de ser regulado, dizem políticos, académicos e, claro, gente ligada ao futebol.
O Presidente da República (PR), Cavaco Silva, pode servir como barómetro. Habitualmente criterioso nos assuntos de que fala em público, o PR português comentou ontem a ida do “capitão” da selecção portuguesa para o Real Madrid. “Nunca me passou pela cabeça que um dia se pudesse pagar quase 100 milhões de euros pela transferência de um jogador de futebol”, disse Cavaco à Rádio Renascença. E, embora desejasse “felicidades” ao jogador madeirense, concordou com aqueles que disseram que “se tinham ultrapassado os limites”, acrescentando que “gostaria que Portugal fosse mais conhecido pela inovação, modernização tecnológica, competitividade e também pela participação nas eleições europeias”.
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