Parque Escolar gasta 800 mil em máquinas de alimentos
05.10.2010 - 08:12 Por Graça Barbosa Ribeiro
A Parque Escolar vai despender cerca de 800 mil euros na aquisição de máquinas de venda automática de alimentos destinadas às 104 escolas que estão a ser objecto de modernização.
A direcção do Gabinete da Parque Escolar, através de Catarina Frazão, justifica a compra das máquinas como “um investimento de longa duração (10/15 anos)” “feito no âmbito do Programa Alimentação Saudável” e que “permitirá reforçar as receitas das escolas e, consequentemente, potenciar a sua capacidade de intervenção social e educativa”.
O objectivo é que as máquinas, cuja requisição é facultativa, funcionem como “uma extensão dos bares das escolas”. Isto porque permitem “servir um maior número de utentes nos intervalos”, mas não funcionam como concorrentes, na medida em que são abastecidas pelos próprios serviços de bar (durante o período de aulas), com “os mesmos produtos e ao mesmo preço”, explica Catarina Frazão, através de correio electrónico.
Um investimento que empresários do ramo consideram “desnecessário”, alegando que a instalação daqueles equipamentos não significa qualquer encargo para o Estado; mas que representantes dos directores das escolas aceitam como “interessante”, por admitirem que “não é fácil” assegurar o cumprimento das normas para uma alimentação saudável.
Carlos Pereira e Carlos Alves, da direcção das empresas Bianchi Vending e Digitronic, respectivamente, não escondem que têm interesses no processo. Ambas as empresas se encontram, nesta fase, excluídas dos quatro concursos públicos (dois nacionais e dois internacionais) lançados pela Parque Escolar, a entidade pública empresarial que desenvolve o programa de modernização de escolas com ensino secundário.
O que os dois empresários alegam, contudo, é confirmado pelos directores de escolas. Actualmente, o reforço do serviço de bar é assegurado através de um contrato que cada escola faz com uma empresa externa, que cede as máquinas e as abastece. Isto sem encargos para as escolas, para as quais ainda reverte uma parte dos lucros (que varia, mas ronda os 10 por cento) destinada ao desenvolvimento de projectos pedagógicos.
Continua…
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