Azeite comum só tem 20% de azeitona, o resto são óleos
O presidente de uma organização de produtores agrícolas transmontanos alertou hoje que o produto rotulado apenas de “azeite” contém só 20% deste produto, sendo o restante constituído por outros óleos alimentares.
Quem queira comprar apenas azeite genuíno deve optar pelas embalagens que anunciem conter um produto “virgem”, recomendou o presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) durante um semanário subordinado ao tema “Novos Caminhos para o Olival e Azeite”, que decorreu na localidade de Santulhão (Vimioso).
“Em Portugal, a palavra azeite está conotada com toda a fileira de produção. Quando se vê no rótulo [apenas] a palavra azeite, estamos a adquirir um produto de baixa qualidade, cuja composição é de 80 por cento de óleo vegetais e apenas 20% de azeite virgem”, adiantou o dirigente da AOTAD.
As embalagens de azeite puro, acrescentou, têm a referência “virgem” ou “extra virgem”.
Em Espanha, exemplificou, aquilo que cá é designado apenas azeite, lá é chamado óleo de azeitona, para fazer a distinção.
A designação usada em Portugal é “enganosa” e prejudica os consumidores, que “compram gato por lebre”, considerou António Branco.
O produtor realçou que o azeite virgem “é o sumo da azeitona” extraído por métodos mecânicos, enquanto o óleo resulta do aproveitamento do bagaço (pele e caroços) da azeitona.
Para acabar com a situação, deveria alterar-se a legislação, defendeu.
Na região de influência da AOTAD, que engloba concelhos transmontanos e durienses, “num ano regular são produzidos cerca 90 milhões de quilos de azeitona”, que originam 16 milhões de litros de azeite virgem e cinco milhões de litros de extra virgem.
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