«Eu disse várias vezes que ia deixar de escrever e tenho a maior vontade de o fazer. Simplesmente não sou capaz, porque a minha vida fica completamente sem sentido...
Neste livro [o próximo] já vislumbro, dentro do magma, a primeira versão. Mas está a dar-me tanto trabalho que acabo o dia estafado fisicamente. Este que saiu agora [Sôbolos Rios Que Vão], enquanto manuscrito, tinha cinco vezes o tamanho do que foi publicado. Parece que estou a descascar uma cebola e que a cada revisão sai uma película até ficar como quero. Fico completamente escravo do livro. e, quando digo que vou deixar de escrever, é do coração, mas não sou capaz... Parece que há diante de mim um abismo nos intervalos dos livros, mas não concebo a vida sem eles porque não sei fazer mais nada...»
António Lobo Antunes em entrevista
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