As pessoas são a nossa principal riqueza, tanto maior quanto maior for a sua formação. Mas as políticas seguidas parecem ter como fio condutor o corte de despesas e o melhoramento das estatísticas que há que apresentar à Europa. Como explicar a fobia da avaliação de professores, indo buscar ao Chile, segundo consta, o método a utilizar no nosso país? Um método de um dos países europeus era insuficiente? A avaliação dos professores do país vizinho, um dos nossos principais parceiros económicos, não serviria? Os professores europeus são mal avaliados e não prestam?
Os nossos políticos, engenheiros, economistas, juristas, juízes, etc., que passaram pelo nosso sistema de educação e pelos seus professores são maus profissionais? A falta de um apertado sistema de avaliação de professores é culpada por Portugal se manter na cauda da Europa? Será que a própria ministra, que também passou pelo mesmo sistema de avaliação, terá competência para o desempenho das suas funções? Ou será que somos o que somos devido à competência dos nossos professores dos ensinos primário e secundário?
Quando o ministério afirma que os professores não querem ser avaliados não estará a faltar à verdade? Um sistema de avaliação que penaliza os professores pelas faltas às auIas dos alunos e pelo seu aproveitamento não estará muito mais interessado nas estatísticas do que na justiça dos métodos? Um sistema que estabelece apertadas quotas para promoções será um sistema justo ou terá como principal finalidade um corte nas despesas?
Franco Charais (Antigo membro do Conselho da Revolução, Comandante da Região Militar do Centro e um dos subscritores do “Documento dos Nove”. General na Reserva)
REVISTA ÚNICA 25/04/2009, pág. 26
[Expresso N.º 1904]
Nenhum comentário:
Postar um comentário