Em todas as gerações aconteceu e vai tornar a acontecer: os mais velhos queixam-se dos mais novos. Uns tentam reprimir, outros não querem saber e outros ainda discutem as 'Dificuldades de comportamento e aprendizagem em meio escolar'. Este é o título de um encontro que aconteceu na Faculdade de Psicologia em Lisboa e a que não assisti. O objectivo era discutir os motivos por que os alunos de liceu não demonstram ter o mínimo interesse por nada e as razões do seu mau comportamento. Não seria melhor perguntar porque é que indisciplina e cabeça no ar são tidos como sintomas de mau estar num adolescente? Qual é a sua natureza afinal? Não será próprio da idade fazer asneiras, experimentar a frustração, revoltar-se contra 'o sistema' e estar a pensar noutra coisa quando o professor repete a conjugação dos verbos no im- perfeito? Começa a ser preocupante que comportamentos menos ortodoxos sejam catalogados como problemáticos e de visita obrigatória ao psicólogo. Os jovens cada vez mais são tratados como se sofressem patologias e fossem impossíveis de educar. Se se portam mal é porque são uns delinquentes e têm de ser 'curados'. Há algo errado no diagnóstico.
Carla Hilário Quevedo
tabu | SOL N.º 137 | 24 de Abril de 2009
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