José Pacheco Pereira escreveu ontem no seu blogue (www.abrupto.blogspot.com) um texto no qual acusa a RTP de falta de isenção na sua informação.
O melhor exemplo da má consciência da RTP sobre a forma como trata as notícias do governo é a espantosa diferença entre o Telejornal das 13 e das 20 horas de hoje, sobre a sessão de propaganda governamental de entrega dos computadores "Magalhães". É evidente que os jornalistas da casa sabiam que havia uma polémica aqui lançada sobre o Telejornal das 13 horas e sabiam que ele é indefensável. Insisto: indefensável. Logo tentaram esquecê-lo, embora ele tivesse imagens de uma entrevista do Primeiro-ministro, e fizeram uma peça completamente diferente, também contestável, mas mais distanciada. Estas oscilações de humor, de quem foi apanhado com a mão na massa, dizem-nos muito mais sobre a RTP do que qualquer relatório da ERC, que passa ao lado destas coisas, diluídas que são em estatísticas inócuas. Na verdade, o tom do Telejornal da 20 horas é aparentemente mais distanciado, mas não escapou à tentação de dar voz à resposta às críticas ao "Magalhães" também vinda do lado do poder. A que propósito se coloca um funcionário da empresa INTEL, que está envolvida na construção do "Magalhães", a responder, aliás de forma confusa, complicada e titubeante, às críticas sobre a ausência de "controlo parental" no computador? Na verdade, não seria obrigação do RTP antes disso dar voz às críticas, o que não fez? No noticiário das 13 horas foi pura propaganda, no das 20 uma peça desnorteada, entre a necessidade de proteger a obra governamental e evitar as críticas a que tinha sido sujeito o seu predecessor da hora do almoço. (...)
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