Eis um extracto da crónica de Carla Hilária Quevedo na revista Tabu, suplemento do semanário SOL de hoje:
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, no início de mais um ano lectivo comunicou aos órgãos de comunicação social que a sua equipa tem como objectivo atingir os 100% de aprovações no final do ensino básico: «Não é uma utopia. Se outros países da Europa com os quais nos comparamos o fazem, Portugal também o pode fazer». Isto é mais uma daquelas directivas de Bruxelas? Ou estaremos perante a expressão de um desejo da ministra – uma coisa do género: «Ah, que felicidade se todos os alunos fossem aprovados» ou ainda «acredito com todas as minhas forças que este ano todos passam de ano»? Se não for nada disto, resta concluir que a aprendizagem será um processo bem diferente daquele a que nos habituámos. Se a meta a atingir está nos tais 100% de alunos aprovados, então para a atingir os professores terão necessariamente de descer a fasquia da exigência. Quanto aos alunos, este sinal de garantia de aprovação geral vai aniquilar os melhores (não há motivo para estudar mais) e descansar os medíocres (isto está no papo). E estas metas servem exactamente para quê? Tudo indica que para serem atingidas mesmo que o ensino fique em último lugar.
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