quarta-feira, 17 de setembro de 2008

José Saramago escreve num blogue

Un écrivain qui annonce sa volonté de tenir régulièrement un blog, ce n’est déjà pas courant. Mais ça l’est encore moins lorsqu’on sait qu’il est traduit un peu partout dans le monde, que son oeuvre a été couronnée du prix Nobel de littérature et qu’il a 85 ans… Qu’on se le dise, surtout si on lit le portugais (mais il y a des versions espagnole et anglaise), José Saramago se lance sur la Toile. Son blog est désormais en ligne sous le titre O caderno de Saramago. D’après sa Fondation, il a l’intention de s’y comporter comme tout un chacun et de poster ses opinions sur le monde et la littérature, en privilégiant, il faut l’espérer, des réflexions sur son oeuvre passée, en cours et à venir.

in La République des livres, o blogue de Pierre Assouline do jornal francês LE MONDE.

José Saramago, o nosso prémio Nobel da Literatura, rendeu-se à importância dos blogues e começou a escrever há muito pouco tempo num. O artigo mais recente, que foi ali colocado hoje, intitula-se «George Bush, ou a idade da mentira». O primeiro artigo ali disponibilizado chama-se «Palavras para uma cidade». Eis um extracto do mesmo:

Tempo houve em que Lisboa não tinha esse nome. Chamavam-lhe Olisipo quando os Romanos ali chegaram, Olissibona quando a tomaram os Mouros, que logo deram em dizer Aschbouna, talvez porque não soubessem pronunciar a bárbara palavra. Quando, em 1147, depois de um cerco de três meses, os Mouros foram vencidos, o nome da cidade não mudou logo na hora seguinte: se aquele que iria ser o nosso primeiro rei enviou à família uma carta a anunciar o feito, o mais provável é que tenha escrito ao alto Aschbouna, 24 de Outubro, ou Olissibona, mas nunca Lisboa. Quando começou Lisboa a ser Lisboa de facto e de direito? Pelo menos alguns anos tiveram de passar antes que o novo nome nascesse, tal como para que os conquistadores Galegos começassem a tornar-se Portugueses… (Texto completo)
Na abertura do seu blogue, José Saramago escreveu:
Mexendo nuns quantos papéis que já perderam a frescura da novidade, encontrei um artigo sobre Lisboa escrito há uns quantos anos, e, não me envergonho de confessá-lo, emocionei-me. Talvez porque não se trate realmente de um artigo, mas de uma carta de amor, de amor a Lisboa. Decidi então partilhá-la com os meus leitores e amigos tornando-a outra vez pública, agora na página infinita de internet e com ela inaugurar o meu espaço pessoal neste blog.
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Um comentário:

Anônimo disse...

-Simplesmente gostei.
a.ferreira