Este é um espaço onde poderei dar conta das minhas reflexões, alegrias, inquietações e também das minhas indignações. Deixo claro que não hipotequei a minha liberdade a nenhum partido político. Tal como escreveu o ilustre escritor Miguel Torga, meu comprovinciano, «Não posso ter outro partido senão o da liberdade»...
O jornal Correio da Manhã publicou a 20 de Abril de 2008 uma entrevista à ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, assinada por António Ribeiro Ferreira, na qual o jornalista manifesta «uma grande admiração pela ministra da Educação», pois «acha que tem feito um grande trabalho no Ministério da 5 de Outubro e tomado um conjunto de medidas que eram necessárias há muitos anos e que por falta de coragem política foram sendo sucessivamente adiadas». Considerava-a mesmo «uma senhora adorável»... Ora volvidos cinco meses uma pessoa com o mesmo nome do jornalista referido publicou no mesmo jornal um artigo de opinião muito crítico em relação à mesma ministra. Tratar-se-á da mesma pessoa? Se assim for, o que terá acontecido para o jornalista ter mudado de opinião em tão pouco tempo? Responda quem souber…
A coordenadora da Escola Básica 1 n.º 4 de Olhão pede aos pais e encarregados de educação, através de uma circular “donativos em dinheiro, que ficará ao critério de cada um, ou então géneros”. Papel higiénico, detergentes, panos esfregões, vassouras, esfregonas, baldes, sacos de lixo, clips, agrafos, pioneses e tonner de impressora fazem parte da longa lista entregue, que nem esquece o pedido de ajuda para pagar “a conta do telefone”.
“É uma vergonha, quando sabem que a maioria dos pais é gente pobre”, queixa-se a mãe de uma das alunas. Maria da Luz denuncia o “grave abandono do estabelecimento de ensino, da responsabilidade da Câmara de Olhão, que se limita a enviar 300 euros, de três em três meses, quantia que não permite o normal funcionamento”.
Dois alunos da Escola Secundária Afonso Sanches, de Vila do Conde, venceram um concurso ibérico na área da ciência.
Os dois jovens, de 16 e 17 anos, representaram Portugal no Congresso Ibero-Americano, em Valladolid e, no final, o projecto, que conta já largos meses de trabalho e levou os dois jovens a Espanha representar a escola e o país, numa carrinha emprestada pela Santa Casa da Misericórdia local e conduzida pelo pai de Patrícia, ficou à frente, por exemplo, da Universidade do México. Comentário: O esforço e a dedicação destes alunos são exemplares e o seu exemplo merece ser divulgado. Contudo, ao ler o artigo não encontrei nenhuma referência a um(a) qualquer professor(a) que porventura os tenha incentivado e até orientado. É estranho, não é? Terão aprendido tudo sozinhos ou apenas aplicaram conhecimentos aprendidos nas aulas?
Para lectores y lectoras que no son españoles es preciso, quizás, explicar que Padrón es una localidad de Galicia, cercana a Santiago de Compostela, en la que se cultivan unos pequeños pimientos verdes que tienen una peculiaridad llamativa: unos pican y otros no. Existe un dicho que lo explica de forma sintética y que se aplica a diversas personas, acontecimientos y facetas de la vida: “Como los pimientos de Padrón, que unos pican y otros no”. Si tú vas a un restaurante y pides un plato de pimientos de Padrón, te puedes encontrar de pronto, después de dar cuenta de varios deliciosos pimientos, con uno que te llena de fuego la boca. No es fácil discernir cuáles pican y cuáles no, aunque hay opiniones para todos los gustos.
Acabo de leer un libro titulado “La educación de los hijos como los pimientos de Padrón”. El autor es un maestro nacido en Sigüenza en 1959, creador de la Fundación Internacional O´Belén, cuyo fin es la ayuda y formación de los menores en situación de desamparo social. Ha dedicado su vida profesional a la atención de jóvenes (y sus familias) con graves de problemas de comportamiento. Ha recibido a más de cinco mil jóvenes con graves problemas de comportamiento. Algo sabrá del asunto después de leer durante tanto tiempo en el libro de la vida y en las páginas del corazón humano. (...)
Sobre as virtudes da esperança tem-se escrito muito e parolado muito mais. Tal como sucedeu e continuará a suceder com as utopias, a esperança foi sempre, ao longo dos tempos, uma espécie de paraíso sonhado dos cépticos. E não só dos cépticos. Crentes fervorosos, dos de missa e comunhão, desses que estão convencidos de que levam por cima das suas cabeças a mão compassiva de Deus a defendê-los da chuva e do calor, não se esquecem de lhe rogar que cumpra nesta vida ao menos uma pequena parte das bem-aventuranças que prometeu para a outra. Por isso, quem não está satisfeito com o que lhe coube na desigual distribuição dos bens do planeta, sobretudo os materiais, agarra-se à esperança de que o diabo nem sempre estará atrás da porta e de que a riqueza lhe entrará um dia, antes cedo que tarde, pela janela dentro. (...)
Vão surgindo na Imprensa cada vez com mais frequência artigos de opinião críticos em relação ao Ministério da Educação. Aqui vai mais um, publicado hoje no Jornal de Negócios. Nota: A autora do texto (Sandra Maximiano) chama à ministra da Educação, provavelmente por lapso, "Maria João Rodrigues", mas o nome desta é Maria de Lurdes Rodrigues.
Ramiro Marques evoca num texto publicado no seu blogue a escola de tempos que já lá vão. Sublinha que nesse tempo «professores e alunos possuíam aquilo que mais importa: desejo de aprender, motivação e tempo para ensinar», observando: «Podem forrar os novos centros educativos de portáteis e quadros interactivos e construir casas de banho cobertas de mármore. Sem tempo e motivação para ensinar, não há quadros interactivos nem portáteis que possam transmitir o legado cultural às novas gerações. Estarão no meio do luxo e da ostentação dos novos-ricos, mas resta-lhes um futuro marcado pela ignorância e pelo ressentimento.»
Mário Crespo, antigo jornalista da RTP, escreve hoje no Jornal de Notícias um artigo de opinião, denunciando situações vividas na Câmara de Lisboa há cerca de 20 anos.
Os professores não estão rendidos à 'bondade' do modelo de avaliação imposto sobre os docentes sem sequer haver direito a discussão. O braço-de-ferro vai continuar, conforme informa o Jornal de Notícias. Veremos quem vence... Muitos milhares não terão mais força do aqueles que mandam na Educação neste momento?
O Ministério da Educação corrige uma injustiça, com a assinatura do Despacho Interno n.º 2/SEE/2008, pelo secretário de Estado Valter Lemos, no passado dia 24 de Setembro. Recorde-se que até esta data não era permitido o completamento do horário aos professores que tivessem sido colocados após as colocações das necessidades residuais por afectação ou destacamento. Agora é permitido, em condições específicas, o completamento do horário, cuja autorização é atribuída ao Presidente do Conselho Executivo.
Por que é que uma sociedade dita civilizada promove um programa televisivo que instrumentaliza as pessoas até ao limite da intimidade?
Por que é que um indivíduo aceita contar à frente do país inteiro coisas da esfera da sua intimidade mais sagrada? Por que é que um indivíduo aceita magoar e até humilhar em praça pública aqueles que supostamente ama? É pelo dinheiro? Ou é pelos famosos 15 segundos de fama? Pensará que firmou uma espécie de contrato com uma audiência da qual não pode recuar? E firmou? Terá ele noção das consequências das suas palavras? E, no final das contas, será que podemos reduzir a questão ao que se passa na cabeça deste indivíduo? Não será um enigma igualmente pertinente ou ainda maior o facto de, numa sociedade civilizada, existir um programa de televisão que instrumentaliza as pessoas até ao último limite da sua intimidade? E quem vê, vê porquê? (...)
Vem aí a sublimação da política enquanto espectáculo de sedução das massas. Mais do que as eleições para o Governo Regional dos Açores, agendadas para o dia 19 do próximo mês, perfilam-se, também, no horizonte do ano que vem, três processos eleitorais de magna importância - para o Parlamento Europeu, em Junho, para as autarquias, possivelmente em Setembro, e para a Assembleia da República no mês seguinte.
Eleições cuja campanha já começou, com José Sócrates, na qualidade de líder do PS, a iniciar as hostilidades próprias àquelas disputas no último fim-de-semana, em Guimarães. Mais do que um comício, tratou-se de "one man show", com Sócrates a sugerir o improviso (não obstante o teleponto estrategicamente dissimulado), passeando-se solitário num palco em que os circunstantes foram assumidos como adereços do cenário. Porque o discurso do político Sócrates não tinha por destinatários primordiais as pessoas presentes, putativos acólitos já rendidos às qualidades do líder e figurantes gratuitos do espectáculo, mas antes o maior mecanismo de projecção de mensagens da actualidade: a televisão. Houve vários observadores que, analisando a cenografia e o "décor", logo compararam o expediente ao modelo norte-americano, designadamente ao candidato presidencial democrata Barack Obama. E anunciaram-no como o paradigma das campanhas eleitorais que hão-de vir. Mas, se este for o rumo, que transforma a política em imagem, que restará da substância? Mais: se as eleições presidenciais são as únicas uninominais em Portugal, a que se deve esta tendência para personalização das candidaturas, mesmo que para órgãos colegiais, como o Parlamento? Neste caso, que papel restará ao partidos? E, por fim, se o modelo dominante é o espectáculo e a imagética sedutora, em que o "design" (parecer) supera o "sein" (ser), como é que se explica que a líder do PSD, o maior partido da Oposição, Manuela Ferreira Leite, opte pelo silêncio e pela discrição?
A crescente aposta na projecção da imagem, mais do que do discurso, da parte dos concorrentes políticos tem reflexos, de resto, na inflação acelerada dos custos das campanhas, por exigirem cada vez maior mobilização de meios capazes de suscitar o cuidado das televisões. (...)
Hugo Chávez, presidente da Venezuela, terminou em Lisboa um périplo que o levou a Havana, Pequim, Moscovo e Paris. À sua espera estava o Primeiro-Ministro português, José Sócrates, do Partido Socialista, com quem se reuniu pela quarta vez nos últimos 10 meses. Três vezes na capital portuguesa (Novembro, Julho e Setembro) e uma em Caracas (Maio passado), informa o jornal espanhol El País. Que vê o líder venezuelano de interessante en Portugal, uma nação que pouco tem a ver com Cuba, Líbia, Irão, China ou Rússia, onde Chávez aparenta sentir-se muito cómodo? Qual é o atractivo da Venezuela para Sócrates, para além do petróleo? - questiona o mesmo jornal.
À espera da ministra da Educação, em Amares, ontem, estava uma delegação da Associação de Professores de Educação Física de Braga que queria alertar a governante para os perigos que representa a presença do amianto na cobertura do pavilhão daquela escola, mas não lhe foi concedida essa oportunidade.
Amianto preocupa
professores de educação física
À espera da ministra da Educação, em Amares, estava uma delegação da Associação de Professores de Educação Física de Braga que quis alertar a governante para a presença de amianto na cobertura do pavilhão da escola secundária.
Os docentes não conseguiram falar com Maria de Lurdes Rodrigues, mas entregaram uma carta à directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira.
Na carta, os professores de educação física consideram «urgentíssima» a eliminação dos factores de risco para a saúde dos alunos, dos professores e dos funcionários que utilizam a estrutura.
Os docentes referem que o pavilhão desportivo onde trabalham possui uma cobertura de fibrocimento que contém 15 por cento de amianto, uma substância que pode causar tumores malignos.
A Associação de Professores de Educação Física criticou o facto de só as escolas secundárias de Braga terem sido contempladas com o Programa de Modernização das Escolas Secundárias
Diário do Minho Ano LXXXIX N.º 28271|DOMINGO|28/09/2008
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, inaugurou ontem o Centro de Novas Oportunidades (CNO) da Escola Secundária de Amares, tendo feito uma «avaliação positiva»do programa que já possibilitou a criação de mais de 450 Centros e a inscrição de 500 mil adultos.
Paul Newman, célebre actor e realizador norte-americano faleceu aos 83 anos. Nascido em Heights, no Ohio, a 26 de janeiro de 1925, como comediante no teatro e na televisão nos anos 50. Em 1956, dá nas vistas em Marcado pelo Ódio, como um dos mais promissores actores da sua geração. A sua última aparição no grande ecrã foi ao lado de Tom Hanks, no filme Caminho Para a Perdição (2002), do realizador Sam Mendes.
A Direcção-Geral de Recursos Humanos da Educação divulgou recentemente a nota informativa n.º 4sobre este assunto, na qual consta a calendarização das várias etapas dos concursos.
Os Gato Fedorento regressam à televisãojá no próximo dia 5 de Outubro, na SIC.Esta é verdadeira 'rentrée' política, pois eles consideram-se «uma espécie de partido político». José Sócrates, Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas que se cuidem porque estes ases do humor estão de volta. A rir também se dizem coisas sérias!... Só é pena os costumes não serem corrigidos!...
Eis um extracto da crónica de Carla Hilária Quevedo na revista Tabu, suplemento do semanário SOL de hoje:
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, no início de mais um ano lectivo comunicou aos órgãos de comunicação social que a sua equipa tem como objectivo atingir os 100% de aprovações no final do ensino básico: «Não é uma utopia. Se outros países da Europa com os quais nos comparamos o fazem, Portugal também o pode fazer». Isto é mais uma daquelas directivas de Bruxelas? Ou estaremos perante a expressão de um desejo da ministra – uma coisa do género: «Ah, que felicidade se todos os alunos fossem aprovados» ou ainda «acredito com todas as minhas forças que este ano todos passam de ano»? Se não for nada disto, resta concluir que a aprendizagem será um processo bem diferente daquele a que nos habituámos. Se a meta a atingir está nos tais 100% de alunos aprovados, então para a atingir os professores terão necessariamente de descer a fasquia da exigência. Quanto aos alunos, este sinal de garantia de aprovação geral vai aniquilar os melhores (não há motivo para estudar mais) e descansar os medíocres (isto está no papo). E estas metas servem exactamente para quê? Tudo indica que para serem atingidas mesmo que o ensino fique em último lugar.
Daniel Pennac, um escritor famoso, sobretudo através das histórias da família Malaussène, as quais narrou em diversos livros, é também bem conhecido em Portugal, sobretudo através do seu livro “Como um Romance”. Desta vez, Pennac mergulha nas recordações da infância e particularmente na sua vida enquanto estudante. Oriundo de uma família na qual todos tinham sucesso nos estudos, Daniel é por seu turno um espírito estranho a quem os estudos criam dificuldades. Recorda pois o passado e conta-nos a vida de aluno que encontrou o rumo, graças à perspicácia de três professores.
Para além da sua vida enquanto estudante, Daniel Pennac conta-nos episódios da sua vida de professor. À semelhança dos seus três professores, ele restitui esperança e sentido ao famoso cancro [ensino]. Revê-se nas crianças que lhe são confiadas e sabe por conseguinte como as motivar e conduzir ao saber que reparte.
O presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush, exortou os Americanos a unir-se perante a crise financeira que atinge o país, numa comunicação solene ao país no passado dia 24 de Setembro.
O jornal norte-americano The New York Times mantém uma secção intitulada Lesson Plans, na qual um grupo de professores conta as suas experiências durante as primeiras semanas de aulas, oferecendo em primeira mão o relato dos desafios da sala de aulas de hoje através de diversas perspectivas.
A crónica mais recente é de Christina Shunnarah, tem o título The Cross-Cultural Classroom e versa sobre uma realidade que nos nossos dias é universal: a multiculturalidade na sala de aulas.
Le Festival d'Ile-de-France, organisé du 5 septembre au 12 octobre dans les lieux de patrimoine franciliens, a choisi une thématique voyageuse pour sa 19e édition : "Les Finistères". Quoi de plus naturel dès lors que d'inviter Mariza, chanteuse de fado née au Mozambique en 1973 et élevée à Lisbonne, longtemps capitale de toutes les aventures ultramarines. Cheveux ras et teints en blond, longiligne, arborant en scène des robes baroques et singulières, Mariza est en tournée française pour présenter son nouvel album, Terra, paru en mai. Elle commence par le Cirque d'hiver, à Paris, une belle bâtisse circulaire construite en dur en 1852, quand le fado était encore un nouveau-né, et où le festival dirigé par Charlotte Latigrat aime se lover, autant qu'il apprécie le fado, art poétique et flambant. (LE MONDE)
A Oposição uniu-se ontem nas críticas ao novo modelo de gestão das escolas aprovado pelo Governo no passado mês de Abril [Decreto-Lei n.º 75/2008], considerando que é autoritário, centralizador e limitador da autonomia.
O debate foi suscitado pela discussão de um projecto do PCP para alterar a gestão escolar, visando “maior participação da comunidade”, através de “conselhos regionais” e da participação dos alunos na direcção. O diploma, que segue a Lei de Bases do Sistema Educativo, prevê a eleição do “conselho de gestão” pelos docentes em serviço no agrupamento escolar, mediante a apresentação de listas.
Criticando a figura do “director escolar” existente no modelo em vigor, o deputado comunista Miguel Tiago considerou que “é apenas um mandatário do Governo”, acrescentando que o executivo optou por um “modelo autoritário” que “põe fim à experiência de gestão democrática das escolas”.
Apesar de não concordar com o projecto do PCP, por considerar que “não liberta as escolas das amarras do Ministério da Educação”, o deputado social-democrata Pedro Duarte entende que, no modelo em vigor, “o verdadeiro director da escola é a ministra da Educação”. O deputado deu como exemplo despachos da secretaria de Estado que regulam “até os cacifos escolares” e “previnem para a necessidade” de tratar das árvores nos recreios.
Vale a pena recordar o que foi dito pelo Ministério da Educação, quando foi anunciada a aprovação da primeira versão do novo regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.
A compra de portáteis através do programa e-escolas pode não ser tão boa como parece, para quem quer evitar encargos a prazo. Ao contrário do recém-lançado e-escolinhas, no 1.º Ciclo - em que não é obrigatório aderir a uma das ofertas de Internet das operadoras aderentes - o e-escolas implica a permanência, durante 36 meses, num plano que, dependendo do escalão de rendimentos e da opção de acesso, custará de 180 a mais de 1200 euros só em mensalidades.
A crónica de Paula Teixeira da Cruz, na sua coluna semanal «Da vida real», no Correio da Manhã de ontem.
O ‘grito’ do professor António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, sobre o estado das universidades, os meios que não têm, a impossibilidade de fazer investigação, a funcionalização destas instituições, a asfixia financeira, contrastou violentamente com uma muito propagandeada distribuição de alguns computadores ‘Magalhães’ (e pelos vistos os alunos até os podem levar para casa em vez de ficarem na escola a servir para o que devem e não para o que não devem). Mas isto de respeito por património público tem muito que se lhe diga.
Não se ouviu falar em programas de leitura ou de matemática neste regresso às aulas. Nem em incentivos de qualquer espécie ou natureza sobre intervenção em actividades culturais ou de voluntariado. Nem uma palavra sobre métodos de estudo que, como é sabido, são muitas vezes o problema principal: aprender a estudar. Nisto como no resto, do Governo vem lei e propaganda. Quanto à lei, reconheça-se que a maioria é má e a pequena minoria que preconiza algo de bom... amiúde não funciona. Pouco importa estabelecer regimes de alegada prática conjunta de actos e de simplificação que depois não podem ser aplicados... letra, ou melhor, lei morta. Estabelecer na lei que se pode praticar um conjunto de actos em simultâneo sob a alegação de simplificação quando os serviços depois não o podem fazer, de nada adianta. Anunciar a simplificação da vida dos cidadãos e das empresas e depois verificar que essas medidas não existem no terreno... as ditas simplificações legislativa e administrativa que alegadamente visam combater a burocracia morrem por falta de meios e formação, defraudando as pessoas e deslegitimando a lei. No País do Simplex. Sócrates afirmou em tempos que o Simplex é transformar o impossível em possível. Estou em dia optimista: talvez. Pode ser até certo, mas é incerto quando. Por ora, continuamos na dimensão do impossível e da virtualidade. Afinal, Simplex também é nome de vírus e de vírus antipático, igualmente com elevada prevalência na população em geral. Apresenta-se muitas vezes com infecção sistémica. A estas medidas ditas de simplificação sem tradução no real devia ser aconselhado o internamento urgente. Como ao uso dos ‘Magalhães’ sem rei nem roque. O único Simplex que se descortina vivo e na sua integralidade é o facilitismo na educação. Simples? Não, uma vez mais a pagar em gerações, como é timbre deste Governo.
No relatório sobre os problemas de saúde ligados à nutrição, ao excesso de peso e à obesidade, o Parlamento Europeu avança com várias recomendações para lutar contra esta "epidemia crescente": proibição da venda nas escolas de alimentos e bebidas com elevado teor de gordura, sal ou açúcar, distribuição de fruta nas escolas promovida pela UE, semelhante ao actual programa de distribuição de leite, IVA inferior a 5% para frutas e legumes, restrições à publicidade de alimentos não saudáveis, etc.
O excesso de peso, a obesidade e as doenças associadas à dieta estão a tornar-se uma "epidemia crescente" e figuram entre as principais causas de mortalidade e morbilidade na Europa, salienta o relatório do eurodeputado italiano Alessandro FOGLIETTA (UEN), hoje aprovado em plenário por 536 votos a favor e 37 contra. (Para saber mais)
Hans-Gert Pöttering falando à Imprensa de vários países da UE
OParlamento Europeu incentivou hoje a que se realize um "debate aberto sobre todas as matérias relacionadas com o estatuto dos blogues". A resolução sobre a concentração e o pluralismo nos meios de comunicação social na UE, aprovada por 307 votos a favor e 262 contra, propõe também a criação de um estatuto editorial tendo em vista prevenir a ingerência no conteúdo da informação por parte dos proprietários, accionistas ou órgãos externos, como os governos.
"Os blogues constituem um novo contributo importante para a liberdade de expressão e são cada vez mais utilizados por profissionais de comunicação social e por particulares", reconhece o Parlamento Europeu na resolução apresentada pelos grupos PSE, ALDE e Verdes/ALE em alternativa ao relatório da eurodeputada socialista estoniana Marianne MIKKO. Esta resolução alternativa foi hoje aprovada em plenário por 307 votos a favor e 262 contra.
Na sua intervenção em plenário, a relatora da Comissão da Cultura do PE respondeu às preocupações levantadas por vários utilizadores: "A minha entrada no ciberespaço gerou uma reacção rápida por parte de muitos bloggers. Quero deixar bem claro que ninguém quer regular a Internet", garantiu Marianne MIKKO.
O Parlamento Europeu incentiva agora "um debate aberto sobre todas as matérias relacionadas com o estatuto dos blogues", e não "que se clarifique" o seu estatuto, como era referido no relatório da comissão parlamentar da Cultura. (Para saber mais)