domingo, 16 de janeiro de 2011

Professores já sentem efeitos dos cortes do Governo

Braga: Pais exigem revogação da portaria

Professores sem subsídio

Os professores do Externato Infante D. Henrique, em Ruílhe, Braga, já sentem na pele os efeitos dos cortes nos apoios do Estado às instituições de ensino particular. Em vez do subsídio de alimentação, a escola passou a dar ao docentes uma senha para a cantina. Em cima da mesa está também uma proposta para reduzir os salários em 15%.

Tenho almoçado aqui na cantina, porque em tempos de crise é uma oferta que não posso recusar”, disse ao Correio da Manhã Sérgio Cortinhas, professor de Filosofia no externato bracarense.

José Ferreira, director do estabelecimento, adiantou ao CM que já anunciou aos professores cortes nos salários. “Reunimo-nos com os professores e propusemos um corte de 15% nos salários”, adiantou o dirigente, lamentando os cortes no financiamento do Estado.

Ontem, várias centenas de pais aprovaram uma moção que pretendem entregar hoje a Cavaco Silva em que “rejeitam” e “exigem a revogação” da portaria do Ministério da Educação que, dizem, “asfixia financeiramente a escola de uma forma insuportável”.

Regina Sousa, de Braga, foi uma das mães presentes, e diz que não quer sequer ouvir falar em mudar os dois filhos de escola. “Foi a escola que escolhi pela qualidade do ensino, e não aceito que mudem as regras do jogo. Eu quero esta escola”, vincou a mãe, determinada.

“ESCOLA NÃO É PARA OS RICOS”

Ao contrário do que se pensa, esta escola não é para filhos de ricos”, vincou ontem Francisco Pinto, presidente da Associação de Pais do Externato Infante D. Henrique. O dirigente quer deixar claro que os cortes no financiamento põem em risco o ensino de “milhares de alunos de um meio rural e muito desfavorecido”.

Para contrariar a decisão do Governo, os encarregados de educação dos 1250 alunos desta escola aprovaram uma moção que vão tentar entregar hoje a Cavaco Silva, durante a acção de campanha marcada para as 15h00 na cidade dos arcebispos. “Vamos tentar colar-nos aos candidatos que passem pelo concelho para tentar que alguém nos ouça”, referiu Francisco Pinto. Entretanto, os pais preparam outras formas de luta, que podem passar pelo fecho da escola.

Correio da Manhã

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