Mais de cem directores de escolas reúnem-se para apresentar propostas ao Governo
14.01.2011 — 16:32 Por Lusa
Mais de cem directores escolares reúnem-se no sábado, em Lisboa, para discutir as mais recentes medidas que estão a inquietar as escolas e aprovar moções com propostas destinadas ao Ministério da Educação e aos grupos parlamentares.
Restrições orçamentais e redução do número de horas para os professores prestarem apoio às direcções das escolas e no desenvolvimento dos respectivos projectos vão estar em discussão, bem como a entrada em vigor da central de compras nos estabelecimentos de ensino, “sem que tenha havido formação” para funcionar com a plataforma, disse hoje à agência Lusa fonte da organização.
“Queremos que saia do encontro uma reflexão profunda dos directores sobre as condições de trabalho que têm e as que se projectam vir a ter, com os constrangimentos que neste momento os afligem e desassossegam”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Aldamiro Botelho da Fonseca.
Na reunião, em que participa o especialista em administração escolar Matias Alves, serão aprovados documentos a dirigir ao Governo e aos partidos com representação parlamentar para que escolas possam continuar a “trabalhar no sentido de melhorar os resultados dos alunos”, indicou.
“Não deixamos de ter em conta a situação económica em que vivemos, não deixamos de ter em conta que é necessário racionalizar meios, mas no meio disto tudo estão os alunos, o mais importante”, sublinhou o dirigente associativo.
Aldamiro Fonseca adiantou que os directores pretendem encontrar formas construtivas de “minorar as medidas que se prevêem” e os trazem preocupados.
“Pretende-se cortar nas escolas o crédito horário praticamente na totalidade, ficamos apenas com as horas não lectivas dos professores, o que dificulta sobremaneira o trabalho dos directores, nomeadamente na escolha das pessoas com quem podem e devem trabalhar para desenvolverem o projecto com que se candidataram para um processo durante quatro anos”, exemplificou.
“Há muita maneira de se racionalizar meios sem tirar tudo”, defendeu.
Os directores dizem também que a central de compras se tornou obrigatória em Janeiro, mas sem que tivessem recebido formação para lidar com a plataforma de aquisições.
“Até podia ser uma coisa boa, mas está a ser um problema porque foi implementada sem qualquer formação”, criticou.
A redução dos orçamentos das escolas (em 5,5 por cento) deverá também surgir nesta discussão, que terá em foco a organização do próximo ano lectivo, cujo projecto, segundo Adalmiro Fonseca, “toca no tutano das escolas”.
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