Cavaco mergulhado em manifestação pelo ensino
Carla Soares
Cavaco Silva mergulhou hoje, domingo, numa manifestação que o esperava na Praça da República, em Braga, e que abafou completamente a iniciativa de campanha prevista. Foi o maior protesto registado na campanha, com professores, pais e alunos a contestar os cortes no apoio do Estado ao ensino privado e corporativo.
“SOS”, gritavam, repetidamente as várias centenas de pessoas que ali se concentraram e levaram o candidato a sair do carro e a ir atirando acenos e cumprimentos. E Cavaco apanhou “a boleia” do protesto. O tema da educação acabou por marcar a tarde depois de, na véspera, ter reclamado que este sector deveria ser “um verdadeiro desígnio nacional” e “unir todos” os agentes, num discurso em que se dirigiu a pais e professores.
A confusão foi total e Cavaco Silva praticamente desaparecia na multidão. “Liberdade de aprender”, “Liberdade de ensinar”, “Cortes de 30%”, “Serviço público gratuito” eram algumas das frases exibidas nesta tarde de domingo. “SOS” continuam a gritar os manifestantes que rodearam o actual presidente da República em poucos segundos. Na outra ponta, os apoiantes do candidato procuravam colocar fim aos protestos para poder prosseguir com a campanha, misturando bombos e outros gritos, em jeito de competição: “Cavaco, Cavaco!”.
Professora do Instituto Nun’Álvares e mãe de dois alunos, um de nove anos e outro de 13, Manuela Carneiro era uma das protestantes mais activas. Esta professora de inglês explicou estar ali para um protesto “apartidário”.
À chegada a Esposende, para o jantar, Cavaco Silva foi recebido com outros protestos, mais discretos, desta vez com faixas sobre as SCUT. “Esposende diz não às portagens na A28”, queixam-se os cidadãos daquele concelho de Braga.
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