segunda-feira, 6 de setembro de 2010

SPZC critica fusões de agrupamentos de escolas “à pressa e para poupar dinheiro”

Declarações em conferência de imprensa

Fusões geraram mega agrupamentos de escolas “quase ingovernáveis”, diz sindicato

06.09.2010 - 15:19 Por Lusa

O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) afirmou hoje que os mega agrupamentos de escolas foram criados “à pressa e para poupar dinheiro”, gerando fusões “quase ingovernáveis”, e pediu o regresso da autoridade do docente na escola.

Na nossa zona, há algumas fusões em mega agrupamentos de escolas que se tornaram excessivamente grandes, quase ingovernáveis”, declarou Fátima Carvalho, coordenadora da Delegação de Coimbra do SPZC, em conferência de imprensa.

Sem ter especificado a que mega agrupamentos se referia, a dirigente sindical disse não encontrar razões para determinados concelhos, como os de Arganil e Mealhada, ficarem com “apenas um agrupamento de escolas” quando Coimbra continua com “agrupamentos pequeníssimos”, que congregam “poucas escolas”.

Tivemos uma reunião com a diretora regional de educação do Centro mas não nos foi dada uma explicação para isto”, disse.

A Lusa solicitou à DREC uma reação, que aguarda, às questões colocadas pelo SPZC.

A “diminuição de custos”, nomeadamente através da “redução dos órgãos de gestão e serviços administrativos” são as motivações que, na opinião do SPZC, estarão por detrás da decisão do Ministério da Educação (ME).

O novo estatuto do aluno, a intenção do ME de pôr “fim aos chumbos” dos alunos e as colocações e contratações deste ano letivo foram outras das questões abordadas no encontro com os jornalistas.

Fátima Carvalho acusou o ME de estar a “cometer uma ilegalidade” quando, ao nível da bolsa de recrutamento/contratação de escola, entende que “o período experimental em que o professor pode renunciar o acordo sem penalização é apenas no primeiro contrato de trabalho”.

O período experimental é de cada contrato e não apenas do primeiro. Um professor pode terminar um contrato com uma escola e celebrar depois com outra, são contratos autónomos”, argumentou, acrescentando que, no âmbito da Federação Nacional da Educação (FNE), “serão pedidos esclarecimentos” ao ME.

Os “efeitos perversos” da contestada avaliação de desempenho na colocação dos professores é outra das questões abordadas pelo SPZC, que fala em “graves injustiças” e numa “avaliação injusta num processo pouco claro”.

Quanto ao novo estatuto do aluno, o SPZC entende que “não irá resolver todos os problemas de violência e indisciplina nas escolas”.

Temos é que fazer grandes campanhas (contra a violência e indisciplina), voltar a dar autoridade aos professores, porque de ano para ano a situação piora, cada vez há mais professores ameaçados que passam por um stress enorme”, afirmou.

PÚBLICO

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